domingo, 30 de janeiro de 2011

Rememória de Lázaro.

Lazaro Valentim dos Reis Barreto para mim
10/10/07

"Puxa vida! Você foi ao nó da questão, fazendo da leitura uma escritura melhor do que a própria leitura: Sinto-me pequeno diante de sua estatura. Você, que fica entre nós, pequenos grãos de areia, tem que ascender ao limbo e de lá despetalar suas flores que, quem sabe, frutificarão dentro de nós.A gratidão do Lázaro."

Em 10/10/07, clevane pessoa <pessoaclevane@gmail.com> escreveu:


POESIA DE LÁZARO BARRETO:


O SOM DE NEGROS EM CUBA

(*) - Lázaro Barreto


Quando chegar uma das luas cheias de teu olhar
ao som dos nativos de Cuba no Caribe
irei a teus lábios
escalando teu corpo de formas emboscadas.
Quando os pingos da água na folha do inhame
forem rosas de maio de doze pétalas cada
irei a teus lábios.
Irei a ateus lábios
pelos cinco caminhos da beleza de teu rosto:
os olhos, fontes de auréolas
o nariz dos merecidos beijos
os lábios que comprimem e reviram
os dentes de imprecisas romãs
a língua, pétala clitórica, fita de palavras
imprevisíveis.
Irei a teus lábios.
Sempre digo que irei a teus lábios,
ó lenitivo das horas montanhosas!
ó manacá na serra das hortênsias!
Sempre a ler a caligrafia das rugas rubras
irei a teus lábios.
A seguir as incisões da água e do vento na pedra
(esse livro de folhas coladas)
irei a teus lábios.
sempre digo que irei a teus lábios
no calor temperado de folhas verdes.

(*) – Paráfrase do poema de Federico Garcia Lorca.
imagem;garcia lorca (na foto)


 Poema publicado na Coluna Cultural http://telescopio.blog.terra.com.br/

Onde um dia foi mar...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Os dedos do poeta que escreveram versos
em corpos marcados de poeira e amoras,
compensados pelo cheiro impossível dos impedimentos.
Molharam-se na maresia das praias desertas e jamais dantes
percorridas pelos os róseos pés aquecidos ao sol intenso...
Criaram ,com as suaves unhas, hieróglofos em forma de cunhas
para que quando as asas do tempo  trouxessem viajantes do futuro,
e então aquele amor estranho e intenso de amantes
fornecesse matéria abstrata para o código abstrato,
os estudiosos se perguntassem se era plausível, possível,concebível,
que se amasse tanto assim, através dos dedos da alma,dos dedos das mãos
já antigas quando tudo começou e deixou signos e signais...

Mar, não existe nehum mar agora,e apenas atrevidas, erguem-se as montanhas,
as montanhas fartas ,verdes e sensuais das Minas Gerais,
que escondem nos seios e nas ancas , nos ventres misteriosos e grávidos,
tais segredos ancestrais...

E eu, que ao ler os versos do poeta, passo a língua nos lábios

e encomprido os olhos sensuais,
quero ouvir sua voz, e pensar que foram escritos para mim,

esses poemas embalsamados:
juro que têm gosto de sal e de algas, de sol e de estrelas -do -mar,
gostos de praias e peixes , os mesmos cheiros e sabores

que ,por atavismo ,teimosos,
guardam-se na concha resguardada entre minhas pernas bambas,
a aguardar, séculos após, que desenhes

novas letras e rimas no meu corpo
e que com tua língua antiga e sábia, o sal e o calor lambas,
em busca da pérola nacarada que resgatarás da leve espuma
para o prazer sutil e absoluto,para a riqueza

acumulada em tempo de espera...

Na montanha , houve mar,em priscas eras,

 onde amaste outras mulheres
mas quem se guardou inteira para o equinócio da primavera
e preservou rosas esverdeadas e cheias de ondas,

salgadas e perfumadas
fui eu, para teu gozo, musa de teu sonho, de tua luxúria,

de tua im/paciência...

Por isso, leio tua Poesia magistral e catártica,

plena de códigos para mulheres de outrora
e acredito, entre ingênua e buliçosa,que escreveste ,

mesmo sem saber,
para que eu a lesse e entendesse, decodificasse

a e repondesse, um dia...

BH, 10/10/2007
 


 Lázaro:


A clevane pessoa

11/10/07
clevane pessoa..11/10/07
 clevane pessoa para Lazaro

Meu Deus:Que fortuna crítica mais rica! Saiba que  eu já o vejo sempre, no Olimpo das Letras brasileiras. ..
Há pouco , lia as cartas de Alphonsus para seu filho João Guimaraens.O escritor agia e era reconhecido como tal -mesmo ele morando em Mariana.Hoje somos "também" poetas, "também escritores", com nossas outras profissões a garantir o pão.Ele era Juiz e por ter catorze filhos, precisava do dinheiro da Literatura...



Poemeto

Ouvia
 de olhos fechados,
via
os traços da foto,
a boca sorridente.
Presente.

Clevane

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Helenice Rocha

                                           Poema para Helenice Rocha



Fotos:no apartamento da Poietisa, artista plástica e musicista.   Encostada à parede,ao chão, à direita, uma de suas tela.O "De Profundis" é o vermelho absoluto,uma chaga, um coração, uma vagina ou boca, em plano inicial , e sobre esse rubro grito,formas difusas azuladas e, em primeiro plano,a tecer perguntas, sutis curvas lineares.


Poema para Helenice (*)

Água puríssima, incontaminada,
das mais profundas cavernas
onde nadam peixes albinos,
com outros sensoriais radares,
em comunhão com a paz, a solidão...
Água de nascente em rocha quente ao sol,
que desce sem temor da rocha fria,
a cair do alto sobre vermelhas "impatiens" ...
calor alternado ao fio,
sons inaudíveis para nós outros,
captados sob a calha da chuva
musical que fertiliza-lhe a alma.
Os solfejos do pai artista,
tamborilam a pele de sua sensibilide.
Água de beber:  água de ouvir
para ser.

Clevane Pesoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris causa,pelo CBLP.


(*) Helenice Reis Rocha

HELENICE REIS ROCHA- Sobre seu Anjo

Clevane, em admiração, ouve Helenice

Abaixo, marco llobus entrevista Helenice sobre sua relação com Belo Horizonte.
Helenice fala sobre a figura paterna.Foto;Clevane Pessoa

Nas fotos, minha expressão de encantamento, ao ouví-la dizer versos de menina, Marco Llobus entrevitando-a sobre suas relações com belo Horizonte e helenice, essa caixa de surpresas (sexta feira,à tardinha,entrevista de seu apartamento em frente à FUMEC, onde descortina-se uma vista impressionante da capital mineira....

Helenice, POIETISA entrevistada dia 26 de junho,pra o POIETISA, (veja páginas anteriore), ofereceu-me um punhado bonito de partituras com suas composições :Guitarrinha Gitana, Poema Para meus Pais, Aluísio ,Piano Doidinho Para D.Anita,e mais estas dedicadas aos amores transcendentais,platônicos mais intensos :"Vincent,Meu Grande Amor"(para Van Gogh-o pintor), "Guitarra para o Meu Sebastian"(para Bach),"Homenagem ao Vovô Pixinguinha".Por esses titulos, percebe-se que um rico mundo de interiorização e condicionamento de seus estudos desde a infancia ,a abrir portas ao convívio em pensamento, permite-lhe tai intimidades deliciosas.

Da mesma forma, o poema abaixo, escrito para Miguel:



ANJO,MEU LINDO ANJO

Helenice Rocha

miguel,meu anjo lindo

me ensina a tua peleja

aqui atrás destes montes,já se foram os pastores

já não fazem romaria,os pastores desta aldeia

seu coração é abrigo de todas estas marias

se as antigas sesmarias temem a sua espada

eu quero só o consolo de pelejar junto a ti

multiplicando as sementes que jogas nestes jardins

não sei onde estão os pastores,já não fazem romaria

conheço apenas as mágoas que tornam meu canto tão só


conheço apenas as dores que alimentam minha voz

vem aqui,meu anjo lindo.toma café comigo

se te serve de consolo,lembrarei sempre de ti

quando os pastos destes ermos me fizerem avó

lembrarei sempre de ti

a ensinar as meninas a trabalhar a poeira

a tirar a do barro o cantil

para guardar esta água que me batiza o silêncio

quando não falas comigo

se permitires morro jovem empunhando junto de ti

as armas da tua peleja

quando ainda jovem em flor

salvastes tantas vidas

só por causa deste amor de anjo

esta mariazinha entendeu o que é amor


Penso em Helenice com sua voz agradável de criança num corpo de mulher, como a POETA que deve ser descoberta, não obstante seus trabalhos apresentados em congressos e escritos outros:os jovens, principalmente, adorariam ler essa POESIA que flui do Alto e de seu interno, a mesclar-se com o olhar sobre o cotidiano.

E fecho com o dizer de Mantegazza:"A Poesia é a música do sentimento;o canto,a música da Palavra".

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Projeto POIETISA, em 30/03/2008
Publicado originalmente em nosso blog :
http://poietisa.blogspot,.com/

Fiz um cordel para Marco Llobus e o republico aqui

Llobus em Cordel


Publicado originalmente em
http://poietisa.blogspot.com/

 http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6643347177461534412


O que um reresentante da Poesia masculina faz aqui?Ah, quero apresentar mais , às poietisas,o fotógrafo e entrevistador do POIETISA, Marco LLobus, presidente da Rede Catitu , Cônsul de Poetas del Mundo, artista pástico, cênico, e transcrevo uma das páginas de meu outro blog, "Clevane Pessoa e Outras pessoas", onde lhe fiz um cordel para traçar o perfil dese moço que trata todas as mulheres por "Minha Flor":

Meu Cordel Para Marco Llobus, cujo nome de nascimento é Marco Aurélio de Melo Rodrigues, raízes familiares em Dores de Indaiá,MG.No "LLobus", com dois "eles",, as escolhas atávics e ancestrais, xamãnicas e de chamamento

Foto:Marco Llobus em performance no evento "Poesia na Praça Sete",organizado por Rogério Salgado e Virgilene Araújo, na capital mineira (Br).

Foto de uma de suas belíssimas e intigantes armações poético-fotográficas, que depois foi capa da literária "Estalo, a Revista, número 4", de belo Horizonte, MG.

Llobus entevistando Helenice Rocha, para o projeto POIETISA, na sexta feira 26/06, de onde partiu para compartilhar , no ALPHINO,uma noite de Chorinho com seus amigos os Guiga, cujo memorial assessorou, fotografou eapaixonada com a história do Chorinho Mneiro,dos bailes de interior, rememorada pela própria família, a a partir do trabalho de Celinho Guiga(formação em música pela UFMG), filho de seu Xisto Guiga, e neto portanto, do patriarca, o educador e violeiro "Sô Guiga"...

Fonte(visite o blog, onde vários poetas mineiros estão):http://www.poesianapracasete.com/fotos/album2/74.jpg

A magnífica foto sobre a poesia, foi capa da revista Estalo número 4.Acompanhei Llobus a idealizá-la", contando em reuniões,como queria que fosse .E ficou fantástica.



Atenção,meus amigos!

O fotógrafo Marco Llobus ,na série "HUS MANO",retrata artistas obscuros para as pessoas de outras Minas Gerais,de outros brasis....Lembra-me a canção "é gente humilde,que vontade de chorar" ,quando fotografa os violeiros,os músicos,a gente boa e simples de cada lugar onde,buscador,busca-a-dor e torna artístico o facies sulcado de quem laborou na Terra,quem suou no trabalho braçal,de quem canta e dança apesar de,de quem pratica esculturas,pinturas,coisas de cultura do interior,umas herdadas de geração para geração...

A roda de congo, a congada mineira,herança dos escravos,subsiste apesar de,na vontade e na sensibilidades dos descendentes,dos apreciadores enganjados aos grupos.Basta um chão,sons de percussão,batidas ritmadas...Quando entrevistei Mestre Conga,em Belo Horizonte,numa experiência memorável,ele contou que amarrava latinhas de massa de tomate nas pernas,menino,para acompanhar a roda.Ele e o irmão,por isso,ganharam apelidos-e ainda hoje ele é conhecido como tal.Contou-me da fascinante experiência de participar de uma roda de congada,de ser visto,aplaudido,seguido...
Na UFMG,Mestre Conga ainda ensina na Faculdade do Samba, seu outro amor...
Quantas faculdades terão de ser abertas para que a Memória do povo brasileiro,ou dos povosbrasileiros,tão grande é nossa diversidade?Com a evasão das pessoas mais jovens,principalmente,de seus locus de origem,corremos o risco de perder ,para sempre,a riqueza cultural de nossa gente.

Felizmente ,existem pessoa como meu amigo o sensível poeta,músico e artista plástico Marco LLobus,que,literamente,corre atrás do registro fotográfico desses rostos cansados e devastados,mas que renascem de si todos osdias,para a dança,para a música,para a poesia...Cantantes,brincantes,mestres,trocadores,compositores...
E para saudar esse artista jovem ainda,que se preocupa assim com o outro,somente em forma de cordel,à minha maneira de dizer...

Cordel para Llobus

Clevane


Licença,meus bons senhores,
que boas novas vim trazer,
atenção,meus cantadores,
pois vocês vão conhecer
quem vai revelar suas dores,
suas historias vai dizer...

Um lobo que uiva prá lua,
mas carcará de voz forte,
aponta a poeira que estua
nas bandas secas do norte,
fala dos frios nas ruas
nas Minas frias de corte...

Marco Llobus na verdade,
traz prá mim tal comoção
que ao ver os moços de idade
dançando em batido chão,
em suas fotos,verdade,
dispara meu coração...

Ele mostra a cantoria,
e a animação dessa gente,
as rugas,cada alegria,
as esperanças que se sente
a chuva onde o fogo ardia...

Com humildade esse rapaz,
diz ser um mero aprendiz
da História que o povo faz,
os medos que não se diz,
pois a coragem desfaz...

Se a fome grassa,que importa,
quando há fartura de dança,
e o sorriso bate à porta
-com caninha ninguém cansa,
peixe no rio,verde na horta...

Mas se os donos do poder,
soubessem o poder pleno
da arte de poder ser
um homem pobre e sereno,
iam querer conhecer...

E o artista,vê os artistas,
vê o sagrado e o profano,
planeja e faz mil listas,
e assim fotografa HUS MANO,
e manda pros analistas...

Dá licença ,minha gente,
que esse lobo vai chegar,
um homem de sangue quente,
debaixo do chapéu a suar:
de longe,vem insistente...

Em vez de tirar retrato
de ricaços e patricinhas,
ele quer,mesmo,de fato,
é flagrar as avezinhas
que trinam aqui no mato
e brilham até sozinhas...

Batam palmas,meus brincantes,
os calcanhares,no chão,
cantem com vozes possantes,
que a história não some não,
na Conga,cês são vibrantes,
não negam a persussão...

O Llobus vamos saudar,
a esse passarim de orelhas,
seus feitos vamos cantar,
que,simples quais as ovelhas,
é capaz de nem ´pensar
quando as fotos dão nas telhas...

-Se achegue,venha até nós,
ô seu menino Marquinhos,
sacuda todos os pós ,
descalce seus chinelinhos,
desate nossos cipós,
sente com seus amiguinhos...

-Óia Marco,vou lhe contar,
a histórias das minhas dores,
meu pigarro vai roncar,
mais cê num é que nem dotores,
nos calos,não vai pisar,
vai é cantar com cantores...

-Entre na roda dos versos,
que ocê também toca viola,
esquece os homes perversos
-sei que trouxe na sacola
uns apetrechos diversos
que não lhe deram na escola...

-Com pinga,molhe a garganta,
que o povo todo quer ver,
quer ouvir a voz que planta
a verdade em cada ser
com cada foto que canta...

Se um oferece um banquinho,
puxam-lhe a manga os meninos,
a patroa faz cafezinho,
até mesmo os mais sovinos
sorriem como carinho...

E ele fica,bem contente,
vai ficando,vai ficando...
Tenho de parar,ô gente,
de comentar,vou parando,
senão,só paro,na frente...

Aplaudo aqui,esse amigo,
que a roupa do pobre veste,
que é testemunha de umbigo,
que vai parar num agreste,
fotografar o que digo,
por mais que o sol a tez creste...

Por Clevane Pessoa de Araújo Lopes, por herança ,cordelista e trovadora.

Marco:pode ser que depois melhore o cordelzinho,mas fiz direto na telinha e para dar vazão à alegria de ver mais um HUS MANOS,querendo sempre ser sua mana,meu irmão!
Meio de brincadeira,mas com muita seriedade,aí vai...


Clevane pessoa de araújo Lopes
Postado por Clevane Pessoa e Outras pessoas às 15:32
Marcadores: Clevane Pessoa:Cordel para Llobus

E a grande cordelista ,repentista Rosa Régis, de Natal, RN, ainda passou e deixou-nos um recado:


1 comentários:
"Rosa Regis disse...


Estou aqui de passagem
Mas vou deixar meu recado
Em forma de comentário
Como foi solicitado
Através de Deth Haak,
Poetisa de destaque,
Estilo cordel. Rimado.

Gostei muito do que vi
E prometo: Voltarei!
Se puder contribuir,
Prometo que o farei
Trazendo cordel com rima
E com métrica, inda por cima!
Se irão gostar eu não sei.

Chêro no côco, no meio da fulô! Como dizia minha querida mãezinha. Que Deus a tenha!

Rosa Regis

12 de Outubro de 2007 17:09 "

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

domingo, 23 de janeiro de 2011

Pássaros de Papel Em Nuvens de Algodão

Pássaros de Papel em Nuvens de algodão(Auto-resenha-crônica)

Escrito em 19/11/2005 07h15


Pássaros de Papel em Nuvens de Algodão

Sempre tive um olhar fascinado sobre a síntese.Gosto de coisas pequenas,que revelam mais,ou muito.
Na década de 60,nos meus tempos de
Gazeta Comercial(Juiz de Fora,MG),recebi de um poeta que era carteiro,morador de Itajubá,um livrinho onde expunha seus dístico.O mais simples deles ficou-me na memória:

"Como o café é o amor,
se esfria,perde o sabor."

Não sei se estou enganada,mas penso que seu nome completo é
José Nogueira da Costa-e já mandei um e-mail para a Terezinha Ophélia Rennó,presidente da Academia de Letras de lá,que confira,para mim.

Passei um bom período escrevendo o que intitulei minipoemas.Era a moda da minissaia,lançada pela inglesa Mary Quant e que tanto escandalizava os pais mineiros.Morava em Juiz de Fora.Eu filha de nordestinos,rígidos em questões demoral,mas liberais com "menos roupa",por causa dos hábitos de vida praiana,claro,usava vestidos e saias sobre meias arrastão ,meias brancas cintilantes,com a aprovação paterna.Artistas também adoraram a moda,e sempre lembro da
Suely Costa com suas irmãs ,Telminha e Lisieux:lindas vozes,lindas pernas.A primeira é compositora de renome nacional.Quando chegamos à "Manchester Mineira",na década de 50,estranhávamos porque quase ninguém viajava ou conhecia praia,de perto,só os mais ricos ou os mais atirados.Nos Anos 60 começou a moda de irem passar férias em Cabo Frio,depois nas praias capixabas.Depois que se é batizado pelo mar,não se consegue mais viver tanto tempo sem ele.Era comum casais economizarem o ano inteiro para essas férias praianas...

Eu falava antes de minipoemas,que divagação!.
Colecionava um tanto,contrastantes com meus verdadeiros derrames de versos brancos,ou os cordéis.Lembro uma vez de ter mandado minha enxurrada poética para dois poetas amigos,
Kiko Consulin,paranaense radicado no Maranhão(do qual estou preparando uns comentários para postar)poeta de primeira linha e originalidade absoluta e Hegel Pontes,trovador e sonetista apurado.Eles se espantaram com a torrente verbal.

Na Internet,meu antigo divulgador cultural,
Jorge Gonçalves inscreveu-me em Palavreiros,pois eu ainda não tinha PC.Dessa forma,iniciei uma troca de e-mails com o webmaster José Geraldo Neres,afeito a releituras que geravam belezas como o seu Projeto de Poemínimos.
Um dia resolvi fazer um e-book e convidei-o para integrá-lo.Não fizemos aqueles livros onde um escreve e o outro responde.Na verdade,são dois livros em um e que fez considerável sucesso no Brasil e em países de Língua latina.O
Neres chamou à parte dele "Pássaros de papel,"numa referência ao origami,penso.Eu intitulara ao meu,"Nuvens de Algodão". Não se abalem se lhes parecer um nome pueril.O excelente poeta-arquiteto Almandrade chamou a um de seus livros,do qual gosto demais,de "Arquitetura de Algodão". Lindo.Chamei-o de livro definitivo,em um comentário.
Pois bem,o e-book do
Neres e meu chamou-se "Pássaros de Papel em Nuvens de algodão",o próprio título,um minipoema,com feitio oriental,mas sem a modelação do haicai (tercetode 5,7 e 5 sílabas poéticas).Poderia ser poetrix,com até trinta sílabas.A maioria não gosta muito dessa palavra(*).
Há um texto ótimo do
Jurandir Argolo,explicando o que é essa modalidade de Poesia e suas diferenças com o haicai.
Os meus,podem ter mais ou menos versos,de forma que mantenho o termo minipoemas.
Neres mantém o poemínimos.
No final do livro virtual há uma série dele ,à parte,à qual respondo(ver no final).

A MariaInês ,da AVBL,fez a primeira versão e o Baçan, do CEN, a segunda.
O endereço das bibliotecas virtuais é:

www.ebooknet.com.br/clevanepessoa

www.portalcen.org/bv/clevane/clevane.htm

Essa capa é a da Maria Inês Simões.A outra,do Baçan .

Um trecho de meu prefácio:
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Título: Pássaros de Papel em Nuvens de Algodão

Autores: Clevane Pessoa de Araújo Lopes
                                José Geraldo Neres 
De meu ´prefácio:


"...Amo a pequenez das coisas: o minivergel sob a relva, cujas flores mínimas em tudo lembram as de tamanho normal... Na adolescência, pensava: será um jardim de duendes? Fadinhas?... Colecionei miniaturas de muita coisa: casinhas, corujas, tartarugas, borboletas, elefantes... Em cada cantinho de minhas agendas, há numerosos pequenos desenhos... Menina, queria ouvir mais a história do Pequeno Polegar, da Polegarina..." ( Clevane Pessoa)
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E eis algums das respostas que dei à série do Neres(apêndice):

ORQUÍDEA______->Neres:

Traz a rama
na trama do tempo
ORQUÍDEA_______->Clevane:

Tear do tempo
tessitura ardente...

OUTONO________->Neres:

azul-orvalho
gotas de dias
OUTONO________->Clevane:

amarelo ouro
folhas que caem...




clevane pessoa de araújo lopes

Crônica e poemetos

Pássaros de Papel em Nuvens de algodão(Auto-resenha-crônica)

Escrito em 19/11/2005 07h15

Vânia Diniz entrevista Clevane Pessoa

O Espaço Ecos entrevista A escritora e Poeta Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Entrevista concedida à Vânia Moreira Diniz
1 - Querida amiga Clevane, você nasceu no importante Estado do Rio Grande do Norte, em São José do Mipibu guarda alguma recordação da cidade em que nasceu e gostaria de falar um pouco do período em que viveu lá?
R - Na verdade, apenas nasci lá, porque meus avós ali estavam: mamãe, que se casara aos quinze anos, por ser a caçula e muito inexperiente, foi dar à luz perto dos pais. Ela e papai moravam em Natal. Mesmo depois de adulta, tendo morado em muitas cidades e Estados, nunca fui lá. Noutro dia, pela Internet, é que a “visitei”.Ainda bem pequena, além de Natal, morei em João Pessoa(PB), Japurá(fronteira com a Colômbia), Manaus(AM), Recife(PE) e por último, fomos para a Ilha de Fernando de Noronha, onde, aos cinco anos, fiz minha Primeira Comunhão, na Igrejinha dos Remédios. Da Ilha, lembro-me muito bem e foi dela que viemos para Minas gerais. Completei sete anos ao chegar em Juiz de Fora. Meus pais adoravam mudanças, escolhiam um lugar que os atraía e nos comunicavam. Nós, as crianças, aprendíamos geografia e, naturalmente, um pouco de História, Ciência e Astronomia, ao vivo...Era muito divertido viajar tanto...
2 - Em Belo Horizonte a bela capital mineira, com foi sua chegada e os primeiros anos passados lá?
R - Vim morar em Belo Horizonte quando casei-me pela segunda vez, com o engenheiro Eduardo Lopes da Silva, em 1979. Aproveitava todo tempo livre para conhecer a cidade, mas estava no último ano de Psicologia, fazia estágios e trabalhava no INAMPS, era muito ocupada. Passei aqui três anos, e quando Gabriel, meu segundo filho completou três meses de vida, fomos para S.Luiz, a Ilha do Amor, terra de Gonçalves Dias, onde passamos seis anos. De lá para S. Paulo e depois para a capital do Pará, Belém. Somente retornei a Belo Horizonte em 1990, parando, por fim, com tantas andanças... Somente agora é que realmente estou conhecendo a cidade... Mas adoro viajar, o costume ficou enraizado em mim.
3 - Gostaria muito que falasse um pouco de sua família e da influência dela em suas decisões futuras?
R - Minha família era maravilhosa, éramos alegres e talentosos para isto ou aquilo... Tive pais incríveis, avançados para a época, por exemplo, quando a inglesa Mary Quant lançou a minissaia minhas colegas eram recriminadas pela família se a usavam e meu pai mandava encurtar mais, ”pois o que é bonito, deve-se mostrar”. Aprendemos, minha mana Cleone e eu, que a moral não está no modo de vestir apenas... Dançávamos muito - meu pai uma vez foi ao Rio de Janeiro aprendeu Twist e fazíamos bailinhos no qual ele e mamãe ensinavam a nova moda às minhas colegas e rapazinhos... Ele comprava-me dezenas de livros, incentivava a leitura mesmo de revistas em quadrinhos, quando a maioria dos adultos decretava que “gibi” fazia mal... Também adoravam Cinema - e os filmes impróprios para menores tinham o enredo contado por mamãe que apenas atenuava as cenas mais fortes. Aos domingos, nos levavam às matinèe, no Cine central em Juiz de Fora. Ela era grande missivista e eu naturalmente, a imitava, correspondia-me com os parentes e amigos distantes, o que me tornou sem preguiça para escrever, desde pequena, longas redações. Papai ensinou-me ortografia. Creio que minha mãe preparou-me, oralmente, para ser escritora. Contava “histórias de Trancoso”, cantava todas as músicas que aprendia, sapateava, ensinou-me a declamar. Sou a mais velha de seis: Cleone, Luiz Máximo, Cleber Franck, Nildo Roberto e Lourival Jr. Eles gostavam de ter crianças pequenas em casa e quando um estava grandinho, papai convidava mamãe a arranjar outro nenê, o que ela aceitava alegremente. O filho caçula, Juninho, por ser especial (Síndrome de Down), precisou de mais atenção então as gravidezes acabaram. Também criaram filhas adotivas.
Meu avô materno, paraibano, era jornalista e poeta. Ensinou-me a versificar. Eu sempre me senti a neta predileta... Mais tarde eu própria, nos Anos de Chumbo, trilhei o jornalismo. A primeira poesia brotou-me aos dez anos, em plena aula... O avô paterno era maestro e adoro música, embora nada toque. Qual a tia Terezinha, irmã de papai, pinto a óleo. Qual o tio Franck, irmão de mamãe, desenho, embora não tinha convivido tanto com eles, por causa das viagens. Somente voltei a natal, onde a maioria reside, já adulta.
4 - Escolheu a psicologia para atuar por mero acaso, por algum fato determinante ou era algo que estava já dentro de você?
R - Sempre fui escolhida como confidente de pessoas mais velhas às de minha faixa etária. Mamãe tinha esse dom também. Ainda por cima, ela fez-me sua confidente, desde criança... Eu adorava exercer todas as modalidades de jornalismo, mas quando separei-me de meu primeiro marido, o jornalista Messias da Rocha, pai de Cleanton Alessandro, meu primogênito, fiz cursinho e fui da segunda turma de psicologia do CES (Centro de Ensino Superior, em Juiz de Fora), pois o nascimento de Juninho motivou-me mais a fazer Psicologia e ajudá-lo. Sempre fui fascinada pelo comportamento humano, meus personagens não são criações aleatórias e sim explicadas em vários ângulos. Sempre li muito essa matéria, muito antes de cursar a faculdade. O último ano, fiz em Belo Horizonte, na FUMEC, pois me uni ao Eduardo no último semestre do curso.
5 - Quais foram os grandes mestres que lhe fascinaram?
R - Jesus Cristo (eu achava que era a queridinha do filho de Deus), meu pai, Sidarta (“Buda”). Depois Ghandi, a garça, Golda Meir, Martin Luther King, Mandela. Meus avós...
6 - Tem orgulho consciente e justo da vida que está trilhando?
R - Fico bastante contente com minhas vitórias, respeito as minhas lutas como um desafio a crescer ainda mais. Não sou vaidosa, quanto a premiações, por exemplo. Acho um golpe de sorte que um determinado texto, preenchendo os requisitos básicos de originalidade, correção ortográfica, tenham um estilo que vá agradar justamente àquele tal corpo de jurados entre tantos outros concorrentes. O contrário pode ocorrer: um escrito perfeito, por ser diferente, desagradar... Quando ganhei o prêmio ex-aequo de Primeiro lugar de conto, nos XXIII Jogos Florais do Algarve, em Portugal, por exemplo, eu ficava sorrindo sozinha: ”Primeiro Lugar”, repetia, contentíssima. Nem pude ir receber o prêmio, porque não consegui um patrocínio. Na premiação constava uma excursão à zona medieval de Portugal e três dias em Hotel. Para a viagem ficar menos cara, era preciso ficar pelo menos uma semana, então eu teria de arcar com os demais dias de hospedagem. Não houve ONG nem órgão governamental que quisesse ajudar. Disseram, de Brasília, que eu teria de ter entrado pelo menos com quarenta e cinco dias antes, com o pedido, da data da viagem. Mas tentei, até esgotar recursos. Recebi, do Governo do Faro, um prato de bronze lindíssimo, onde atrás agradeciam, à contista brasileira, “a presença entre nós”. Devem ter gravado julgando que iria. Com o prato, veio uma grande e pesada Medalha com o rosto de Samora Barros, o poeta homenageado e a coletânea. Todos os prêmios e troféus, valorizo, amo...
Também tenho a maior alegria de ter trabalhado com população carente, em especial com adolescentes e idosos, famílias, mulheres. Quando fui homenageada na Assembléia Legislativa de Belo Horizonte, no Dia da Mulher, no ano de 2001, já aposentada, recebi, emocionada, uma placa, mas o que fez-me chorar foi um adulto jovem, de cuja adolescência eu cuidara no Hospital Júlia Kubitscheck, onde criei e coordenei a casa da Criança e do Adolescente, dizer-me, após a cerimônia: ”Clevane nenhum de nós que passou por você, deu pra coisa ruim”. Na realidade, são todos jovens de bem, líderes e empoderados, em franco progresso ou pobreza digna...
7 - A Revolução de 64 marcou muito sua juventude? Pode relatar algum fato mais doloroso nessa época de incertezas?
R - Vivi muitas dolorosas experiências, por exemplo, com a prisão de colegas. Um deles, o astrônomo Roberto Guedes era noivo da atriz Marta Sirimarco, que escrevia a coluna de Teatro e foi um horror sabê-lo desaparecido, acompanhar a luta da jovem para conseguir-lhe uma fuga. Muitos anos depois, abri um grande Jornal e lá estava ele, falando de seus queridos astros e estrelas... Muitas pessoas vinham a mim contar torturas, porque papai era militar, tentando ajuda, no entanto ele não compactuou com o regime. Era sargento telegrafista, ficando no seu gabinete, mas quando foi promovido a tenente e teve de sair do casulo, pediu a reforma, mesmo tendo curso até major. Ele, que sempre foi muito bondoso com crianças e animais, adoeceu e teve de ser hospitalizado. Por questões de ética militar, jamais nos contou nada. Eu levava, sem problemas, para almoçar lá em casa, jovens que recolhia, às vezes sem lugar para ir. Um dos lugares onde se escondiam durante o dia, era a galeria de Arte Celina, mantida pela família Bracher, em homenagem à artista morta. Penso que os “milicos”, não se lembravam de procurar “subversivos” ali... Muitas vezes, como repórter, fui ameaçada, por exemplo, quando, num evento da Escola Federal de Engenharia, cheguei a um lançamento de livros do Carlos Heitor Cony e do Poerner, com meu amigo Cláudio Augusto de Miranda Sá, fomos recebidos por metralhadoras na mão de jovens PM’s. Eu sempre mantinha, nesses momentos críticos, um facies de alienada e nos deixaram ir. Fomos diretamente para o hotel onde estavam. Fizemos uma entrevista e tanto. Eu sempre publicava tudo. A “Gazeta Comercial”, onde escrevia, era a linotipos, então eu ia à gráfica e entregava as matérias diretamente a um linotipista, o Zequinha, de quem era comadre. Quando Rubens Braga, Vinicius de Moraes e Fernando Sabino, bastante reprimidos no Rio, estiveram em Juiz de Fora, o diretor, temeroso das minhas clevanices, disse que não os entrevistasse. Eu queria, inclusive, fotos. Não iria perder a chance de estar com meus ídolos. Liguei então para a redação. Atendeu-me o “Seu” Théo Sobrinho, o dono do jornal. Eu falei: ”Seu Theo, o Vinicius chegou”. Ele: ”Quem o Ministro?” E eu”: Sim, o Ministro”. O fotógrafo chegou e eu conversei por muito tempo com o trio, ficando encantada porque o Vinicius me elogiou, galante, os longos cabelos, Braga a juventude e Sabino, a “inteligência”. O redator chefe, Sr. Paulo Lenz, irmão do diretor, vibrava com minha “coragem”, talvez a inconseqüência inocente da juventude...
Uma vez um advogado pediu-me, cheio de mistérios, que fosse visitar o irmão machucado, fazer-lhe companhia. O rapaz estava engessado, muito ferido, cheio de alucinações. Haviam conseguido retirá-lo, após tortura. Passei uma tarde dando uma de psicóloga, muito antes de entrar nessa faculdade, horrorizada, penalizada... Jamais contei a meus pais essa visita, para não preocupá-los. O pai de uma amiga também desapareceu e quando a mãe dela soube das circunstâncias de sua tortura e morte, urrava, dizendo que o marido era um bom homem e que aquilo era “um insulto de Deus”, uma injustiça... Eu, pessoalmente, jamais fui perseguida abertamente, embora sempre tivesse alguém a vigiar-me, em várias circunstâncias.
8 - Como surgiu a literatura de forma definitiva em sua vida?
R - Penso que já na escola, queria ser escritora, minhas redações iam “para livros de ouro”, eram afixadas no pátio, e, em Itajubá, sul de Minas, onde morei dos doze aos dezesseis anos, fui escolhida para redatora–chefe de um jornal da Escola Sagrado Coração de Jesus, (Irmãs da Congregação da Previdência) chamado Voz das Mil. Também tive uma crítica literária publicada na revista da congrgação. Como uma premonição, chamei-a... ”Sapatilhas e Botinas”.
Ao retornar a Juiz de Fora, enviei textos a um concurso de crônicas. Passei dias me torturando, achando que nem os leriam porque os temas eram Operária, Satélite e um outro. Para o primeiro, escrevi sobre o trabalho materno, a mãe, “uma operária completa”, em vez de falar das mulheres que trabalhavam nas muitas fábricas existentes na cidade. Sobre “satélite”, em vez de falar do espacial, falei de pessoas “puxaquistas militantes”, que gravitam na órbita de alguém para favorecer-se. E ganhei o primeiro lugar, troféu Domervilly Nóbrega, com Operária... O radialista, mais tarde professor de jornalismo, José Carlos de Lery Guimarães, clamava pelo programa: ”senhor Clevane, por favor, apareça, comunique-se, o segundo e o terceiro lugar já apareceram. Precisamos marcar a entrega de prêmios”. Cleonice Rainho, se não me engano e Marilda Ladeira, foram classificadas, eram mulheres feitas, escritoras já conhecidas, o que me constrangia. A partir daí, minha carreira de escritora ficou definida. Mais tarde, estudei, no Vice-Consulado de Portugal, Literatura Portuguesa, com Cleonice Rainho e lhe contei isso. Ela achou muita graça... Um dia, reuni minhas crônicas e levei às redações dos jornais da cidade. Fui aprovada, escolhi a Gazeta Comercial, onde ganharia menos, mas poderia fazer “de um tudo”. E adorei.
9 - Seu momento de criação vem de algum acontecimento específico ou pode surgir repentinamente?
R - Às vezes, um personagem chega e se instala, pede-me que conte sua história, insistentemente, fico inquieta enquanto não sento e o imagino, para descrever. Noutras, uma história “lateja” até que a desenvolvo. Não raro, o protagonista muda tudo que eu tinha planejado. Muito observadora, costumo ver acontecências e depois as reconto, com fantasia e criatividade. Não há nenhum método, mas escrever é sempre um prazer, nenhum sofrimento. Se pudesse, escrevia sem parar. Poesias, é só apaixonar-me por uma palavra, que elas se desenrolam da meada poética. É só experenciar uma emoção ou a de outrem, idem... Trovas são mais elaborada, sextilhas e sonetos, idem. Mas transito livremente da poesia concreta ou processo, para os versos brancos, a prosa poética. Gosto tanto de haikais, minipoema e agora Poetrix, como dos longos e das crônicas. Na Gazeta Comercial tinha, por exemplo, uma coluna diária, chamada Clevane Comenta e, aos domingos, uma página inteira, de Artes e Letras, onde fazia crítica literária, colocava entrevistas, etc. E era só sobrar espaço, que eu escrevia uma poesia... Só ia lê-la no outro dia, quando saia a tiragem... Quando estou triste, escrevo mais.
10 - Pode citar algum fato curioso envolvendo seu primeiro nome?
R - Sim, muitos, mas quando eu estava na Gazeta, achavam que eu era homem, mesmo meu nome sendo feminino, a meu ver. À época da minissaia (nos Anos 60), escrevi um artigo na revista “O Lince” (hoje extinta), sobre a nova moda. O desembargador Vasques Filho, de Fortaleza, Ceará, mandou-me longa missiva, de ”homem para homem”, comentando como se sentia vendo pernas de fora e desejava que “Oxalá as mulheres em breve, passassem a vestir-se como Evas, ou seja, com nada”, algo assim. Respondi num papel cor-de-rosa, dizendo-me uma senhorita. A partir daí, nos correspondemos, ele se lembrando da Juiz de Fora que conhecera e mandando-me lindos cartões, pois era aquarelista. Quando eu ia nascer, papai queria um Cleber. Não havia ultrassonografia, então nasci e ele escreveu numa lista, nomes iniciados por “Cle”. Mamãe e ele optaram por Clevane, por ser diferente. E tive de ser, à força dessa sinalização... Mamãe, que era parteira, muitas vezes dava seu nome, a pedido das parturientes, às meninas (Terezinha). Quando já havia uma, resolviam dar o meu ou o de minha irmã Cleone. Em sites de busca, já vi algumas “Clevane”, todas mais novas que eu. Jamais encontrei pessoalmente, alguma. Curiosamente, meu segundo marido, antes de mim, namorou uma Cleivan... Sou chamada de Cleovane, Cleivane, Clivane, etc. Na Internet há uma poeta Clivânia. Adoro meu nome, que me distingue e marca.
11 - Você nasceu numa cidade pequena do Nordeste e foi criada na tradicionalista Minas Gerais, pelo menos há alguns atrás, contrastando com a atuação de uma escritora, poeta e mulher. Sofreu algum tipo de preconceito?
R - Nunca experenciei preconceitos, sempre coloquei-me lado a lado com o homem, lutei e luto pelos direitos da Mulher, e a educação que recebi deu-me sempre muita segurança. Tanto o Nordeste quanto Minas são tradicionalistas. Meus pais eram rigorosos apenas em certas questões: caráter, honestidade e virgindade. Acho que fui a ”penúltima donzela” até casar-me... O papel da escritora é usar a palavra como sua arma, na defesa do belo, do amor, sim, mas principalmente, em prol das militâncias sociais, das denúncias, dos exemplos edificantes...
12 - Sua vida de psicóloga ajuda na composição de seus “cantos”?
R - Muitíssimo, porque a pessoa, com seus significantes e significados, bem como a palavra, instrumento deles, me fascinam e oferecem suas múltiplas faces para a descrição verbo-poética.
13 - O que o desenho, o colorido significou para você e sei que seus leitores gostariam de saber desse seu lado de “artista plástica”, entre tantos talentos.
R - Sempre desenhei, mas foi aos doze anos que comecei a desenhar mulheres, porque uma prima o fazia e eu me encantei quase ludicamente, ao ver que podia representar a figura humana também além as coisas. Uma professora, no Ginásio Estadual de Juiz de fora, Nanci Ventura Campi, recomendou-me a Escola de Belas Artes Antonio Parreiras. Adorei e falei com papai, que imediatamente foi lá sondar o ambiente para sua princesinha, e colocou-me como aluna do presidente, Clério de Souza, que assinava como Pimpinela. Ele, rigoroso, ensinou-me a desenhar em perspectiva, sombra e luz, usando o fusain, o crayon, em papel cinza, que era usado nos açougues para embrulhar carne. Até hoje, o reflexo, a sombra e a luz me fascinam. Meu primeiro livro editado chama-se Sombras feitas de Luz(*). O segundo, Asas de Água, possui quatro ilustrações minhas a bico-de-pena e a capa é de meu filho, Allez Pessoa, que herdou meu dom... Fiz, aos quinze anos, uma tela a óleo com professora, mas saí logo da sua escola, por não suportar cópia, sem poder criar. Autodidata, a partir daí, fiz muitos quadros, que andam pelos brasis, porque viajei muito. Fiz muitos posterpoemas, para exposições. Meu estilo literário é sempre cheio de nuances, como se eu desenhasse escrevendo.
Tenho ilustrado livros, criei o Projeto Poesia no Pano, desenhando e escrevendo diretamente em páginas de tecido e montando os livros artesanalmente. Atualmente desenho uma capa e ilustro um livro de contos.
14 - Quem é Clevane Pessoa, a psicóloga, a escritora, a poeta?  Conseguiria em algumas frases defini-la?
R - * A psicóloga: uma pessoa que gosta de - e respeita - pessoas, sem preconceitos, atenta na relação de ajuda, para que cresçam, se modifiquem para ser mais fales pela justiça social, pelo empoderamento da mulher, dos direitos humanos, das minorias necessitadas. Gosto de criar dinâmicas de grupo, técnicas para manejo, fazer oficinas, dar palestras. A relação de ajuda faz-me muito feliz.
* A escritora: sempre a escrevinhar, com mais de dez livros para editar, sem nenhuma perspectiva de parar de criar, um dia...
* A poeta: minha essência reside no castelo mágico da Poesia. Estou e sou perenemente em/cantada por essa feiticeira do Bem...
Espaço/Ecos - Agradecemos, sua linda entrevista e a oportunidade de ouvi-la e de saber um pouco mais de você.
R - Vânia: a oportunidade que você me deu, não tem preço: adorei rememorar-me (reenamorar-me de mim?). Quantas vezes, preocupadas com os outros esquecemos um pouco de nós mesmas? Agora, acabo de reenrolar o fio multicolorido de minha vida, novelo com cinqüenta e sete anos, renovando-o... Agradeço eu, a você e ao Espaço Ecos.

Vânia Diniz:


Clevane Pessoa

sábado, 22 de janeiro de 2011

Por onde anda minha Poesia

Participações


Gosto de registrar por onde anda ou andou minha poesia.

No blog Mulheres Emergentes, Tânia Diniz conta:

Poesia no Metrô-(A Tela e O Texto-UFMG)

"

"Gratas alegrias!

Ao entrar, apressada, no metrô ontem à tarde, dei de cara com um haicai meu ali, um dos treze com que participo!
Sôfrega, fui ler todos os poemas que lá estavam expostos, pelo projeto Leitura para Todos, da Tela e o Texto, UFMG, e descobri outros amigos no mesmo vagão como Diovvani Mendonça, Clevane Pessoa e Inez Alves! Adorei!
"Tânia Diniz-em MulhersEmergentes.blogspot

Confira:

http://mulheresemergentes.blogspot.com/2008_11_19_archive.html
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E Severino Iabá comenta , no Caminhos do Rosa  (blog sobre as ações do belo  BOI ROSADO, que anda com nosso grupo Poetas Pela paz e Pela poesia) , a respeito da exposição na festa junina :


Tudo começou com uma exposição em varal com frases de Guimarães Rosa e de poemas sobre a frase roseana “O Sertão é do tamanho do Mundo” criados pelos poetas Rogério Coelho , Brenda Marques Pena, Regina Mello, Lívia Tucci, Olegário Alfredo, Aníbal Albuquerque, Ronildo Arimatéia, Bilá Bernardes, Cláudio Márcio Barbosa, Ângela Togeiro, Clevane Pessoa de Araújo e Marina Mazzone. http://caminhosdorosa.blogspot.com/2009_07_01_archive.html


Parque Municpal Américo Renê Gianetti-2009-Belo Horizonte-MG-Brasil- Exposição roseana.Ao fundo da mostra, a poetisa Angela Togeiro, da AFEMIL, AMULMIG (BH) e ALB/Mariana, entre outras.
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 E o artista João Werner conta sobre a exposição O CORDEIRO PRESSENTE O LOBO, no qual incluiu meu poema sobre sua criação "Angelina se Mutila.":

E-Book:Que país É Esse -AVBL

10 Años de aBrace

10 ANOS DE aBrace poemas
Montevideo: aBrace editora, 2009
ISBN 978-9974-8181-7-0

                                      
                                      "10 ANOS DE aBrace poemasRoberto Bianchi e Nina Reis, Diretores do  movimento cultural aBrace, festejaram em 2009, os 10 anos de atividades com um belo e variado encontro de criadores em  Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil .Sempre lançam livros e antologias em caprichosas edições nos eventos, quais essa ao lado. A sugestiva capa lembra esses anos de militãncia pela cultura . Os autores são de diversos países: Anamaría Mayol, Graciela Paoli – Argentina; Anna Osta, Antonio Miranda, Christina Hernandes, Clevane Pessoa, Dilercy Adler, Dimythryus, Fernando Castelan, João Ayres, Nina Reis, Ridamar Batista, Rossyr Berny, Tirzah Ribeiro – Brasil; Bella Clara Ventura, Graciela Rincón – Colômbia; Neli Córdova Neli, Simón Zavala Guzmán – Equador; Javier Cabreras – Ilhas Canárias - Espanha; Rafael Jesús González – Estados Unidos; Ernesto Kahan  - Israel; María Elene Solórzano – México; Agustina Fernández de Soler, José Manuel Solá – Puerto Rico; Rafael Pineda – República Dominicana; Betty Chiz, Mabel M. Sala Quintana, Roberto Bianchi, Sofia Vivo – Uruguai; Luis Gilberto Caraballo, Teresa Coraspe – Venezuela.

Em 2011, realizam os III Juegos Florales.

Aves em Liberdade

Aves em liberdade


Clevane Pessoa


ave.jpgSim, alimento as pardais e as rolinhas, para elas, essas avezinhas meras, compro canjiquinha, painço, alpiste e dou do meu próprio pão...
Estou aprendendo a linguagem das rolinhas, que têm um código de asas muito interessante. Para guardar território, para espantar, atrair, expulsar.
Minha amiga, a pintora Neuza Ladeira, contou-me que na Tailândia são aves preciosas e sagradas.

Engraçadinhas, dão a impressão de serem meigas, se essa palavra pode ser aplicada às avezinhas. Mas, pelo que observo com meu olhar de desenhista e poetisa, são extremamente belicosas. Levam a luta aos ares, em rodopio. Em vão ponho bocadinhos aqui e outros ali, no beiral de meu terraço. Brigam pra valer... Enfrentam as pombas espaçosas que descem atraídas pelos grãos, bravamente.
E batem nas rolinhas menores, as bebés um pouco menos querelentas. E quando as assusto sem querer, com meus passos em chinelinhos de cetim, voam para os fios em frente e fingem que não estão vigiando a comida. De vez em quando, fazem que olham, quais as mocinhas de antigamente. Assim que sossego, voam de volta.

Os pardais são cheios de algaravia, ainda não lhes descodifico o linguajar. Chiam e chiam. Acordam-me pela manhã. Invadem-me a casa, entram por qualquer cantinho e depois rodopiam desesperados, à procura da liberdade. Já criei - mais ou menos - um pequenino que, machucado, tolerava a minha proximidade. Eu chamava-o de Jeremias, uma graça.
Os menininhos pardais entram pela sala de porta sempre aberta e, pulinho aqui, pulinho acolá, não são muito medrosos do bicho-mulher. Depois que saem para o mundo, à força de serem escorraçados, de se assustarem com os carros que passam, ficam arredios e medrosos...

Há uma família de bem-te-vis, que longe de ter as asas controladas como as das rolinhas, são de uma alegria enlouquecida. Parecem torcedores com pompons nas mãos. Agitam o que podem, rumorosos e encantadores, listinhas amarelas na cabeça e peito de camisa idem...
Claro, coloquei água para os beija-flores. Um dos bebedouros veio com néctar, mas será que é possível colectá-lo com essa facilidade? Misturo um tantico de açúcar Mascavo ou mel. Eles adoram e com precisão enfiam os bicos longos e finos entre o orifício da corola. A flor é de plástico, mas eles parecem não se importar. Brigam pelo território, como os demais aqui, pelo espaço no ar.
Um foi expulsar com tanto ímpeto o invasor, que o bebedouro foi lançado a muitos metros de distância e se quebrou. Ele andou uns dias passando á procura, até que comprei outro.

Há uns colibris micro, outros do tamanho de andorinhas, e com elas se parecem, rabinhos em tesoura.
Meu marido Eduardo, sabendo dessa minha paixão por passarinhos, veio contar-me que ouvira em uma reportagem na TV, que á noite, de tão cansados, os beija-flores desmaiam. Nada os faz acordar. Desde então, corro meu olhar nocturno pela nocturna noite - com redundância propositada -para ver se entre moitas, encontro essas maravilhas que param no ar batendo as asinhas deforma quase inacreditável, coraçãozinho batendo alucinadamente...

Tenho uma colecção de gravuras reproduzidas de beija-flores de famílias várias, pintadas pelo pintor naturalista Etiene Demonte. São de tal forma perfeitas em detalhes, que nem sei de que forma o artista pode fazê-lo. Numa delas, descrevendo o beija-flor "Bico-de-sabre" (Heliothrix aurita auriculata), o especialista Augusto Ruschi chega a atribuir emoções humanas à avezinha:
"A parada nupcial do Heliothrix se desenrola com maior destaque nas fases de apresentação e exibição de plumagem". Sei que no reino animal isso é comum. Iguaizinhos a nós, humanos...
E continua: "na apresentação, o macho, em voo de liberação, se põe diante da fêmea a 30cm, e em voo para cima, para baixo e para os lados, como se estivesse a dar pequenos saltos, pois se lança a tais distâncias, e estanca de etapa em etapa, abrindo e fechando a cauda.
Em voo acompanha a fêmea (é, parece que os machos humanos aprenderam nessa cartilha!) fazendo ascensão em rodopios, para descer a outro pouso onde se segue a fase de exibição de plumagem. Então, o macho, fazendo voos de liberação, faz saltar os tufos violeta laterais, tornando-os bem salientes, e a parte enegrecida que contorna tais tufos. Fica em constante movimento, além de abrir a cauda em leque para, de quando em quando fechá-la e abri-la, até que a fêmea, já psicologicamente conquistada, se entrega".
Entre os humanos, as mulheres usam desses artifícios de conquista. E as gueixas, com seus leques, na dança?!...
Quando me levantei para ir à pasta, buscar uma das gravuras que peguei aleatoriamente, não sabia que encontraria a resposta para a pergunta crucial: ONDE DORMEM OS BEIJA_FLORES?
O dormir é realizado em pouso, em local alto e no emaranhado da vegetação de uma copa fechada", conta Ruschi, o ornitólogo minucioso. Por isso não os encontro quando os procuro, à noite...
O desenhista Etiene ilustra o locus de observação com perfeitas cópias de vegetação...Que lindeza, meu Deus...

Noutro dia, eu queria comprar uns periquitinhos, para ter melhor de quem cuidar. Meu filho Gabriel assombrou-se e proibiu veemente. Não quer morar em um lugar onde algo esteja preso, ele que ama a natureza e a liberdade dos seres. Aquiesci. Em vão o vendedor me disse que as avezinhas coloridas já nascem em cativeiro e blá-blá-blá...
Uma vez, conheci uma senhora que deveria chamar-se D.Rolinha, tal sua semelhança: baixinha, encantadora, tão rolicinha (tão rolinha!). Peitoral arredondado e farto, que quando ia embarcar, as aeromoças gentilmente a deixavam tomar o avião na frente dos demais. Acreditavam-na grávida e ela, sorridente, aquiescia. Dulcíssima. Mas ai de quem lhe quisesse tomar o território: deu uns tapas na cara da amante do marido, brigou com todos os meninos que brigavam com seus filhos. Virava ave de rapina. Só lhe faltava o tamanho...
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Clevane Pessoa de Araújo Lopes


Publicado em " Passarada e outros animais"
http://laurabmartins03.blogs.sapo.pt/

Espejso de la Palabra 2

ESPEJOS DE LA PALABRA 2
ESPELHOS DA PALAVRA 2

Montevideo, Uruguay: aBrace Editora, 2010
ISBN  978-9974-8224-5-0
Edição dedicada a Antonio Miranda

Antologia bilingue de poesia. Inclui poetas brasileiros e iberoamericanos: João Ayres (Brasil), Roberto Bianchi (Uruguai), Karina Araujo Campos (Brasil), Wilfredo Carrizales (Venezuela), Andrés Norman Castro Arevalo (El Salvador), Betty Chiz (Uruguai), Fabio Coutinho (Brasil), Zully García (Uruguai), Ramiro Guzman (Uruguai), Ramiro Guzman (Uruguai), Cristina Harari Ontiveros (México), Nilda E. Hoffmann Aitala (Argentina), Kwang Yeul Koo (Coreia), Brenda Marques (Brasil), Aureo Melo (Brasil), Jan Muá / João Ferrreira (Brasil), Mirian Muiños (Espanha), Clevane Pessoa (Brasil), Nina Reis (Brasil), Tirzah Ribeiro(Brasil), Bella Clara Ventura (Colômbia), Simón Zavala (Equador), Guadalupe Zubieta (México).

Eu Juro

Eu juro Clevane Pessoa de Araújo Lopes


Eu juro que com fios de seda branca teceria
as fortes e delicadas asas da Paz
que uma bandeira branca entreteceria
com pétalas de lírios, camélias e palmas
para que aromas delicados, ao vento,
se espalhassem sobre a terra e lembrassem
que é possível alcançar a Harmonia
em todos os coraçoes e todas as almas.
a fazer brotar a mais pura Poesia
nos pensamentos, atitudes e palavras...

Eu juro
que se pudesse, pintaria de vermelho
todo amor , para que enlouquecesse
de excessos , e saísse a bailar pelos espaços
leve e livre, sem ouvir nenhum conselho
dos que querem regrar a livre expansão dos desejos.


Eu juro
que se fosse possível, amamentaria e acalentaria
todas as crianças sem mãe, e para elas cantaria,
em todos os idiomas da Terra, canções de ninar...
Então, eu saberia,
que essas pessoazinhas em construção
teriam aprendido o que é ser filho e irmão,
teriam aprendido a se doar...


Sei que isso parece um sonho de poetisa
mas é tudo que minha inspiraçção precisa
para melhor cantar.


(Do evento "Eu Juro", organizado pela Presidente Fundadora da AVSPE, Efigênia Coutinho) .Navegue até lá, para conhecer os demais autores:

http://www.avspe.eti.br/eventos/juro/EuJuro_EfigeniaCoutinho.htm

Lançamento de livros de Carlos Lúcio Gontijo-Visite http://www.carlosluciogontijo.jor.br/images/foto_lancamento_bh_2009/popup/foto_16.html


"A poeta Clevane Pessoa e
Wilson Miranda,
presidente da AMI,
com Pérola à esquerda. "

E-books de Vânia diniz

Oficina Editores-Bienal do livro

BIENAL DO LIVRO_Rio de Janeiro-2009
Erotíssima - poesia

O erotismo feminino delimita uma linha tênue, mas consistente entre a pornografia e a sensualidade poética. A autora quer mostrar isso, e diz em poema da juventude: "Mais sensual que eu, só Deus/que fez o bem e permitiu o mal/e tem os sentidos mais aguçados que os meus". Possui um blog de mesmo nome (http://erotíssma.blogspot.com ).
Clevane Pessoa

LANÇAMENTO DIA 12 DE SETEMBRO DE 2009, na XIV Bienal Internacional do Livro/RJ, das 13:45 às 15:25h, no estande da OFICINA, Pav. Verde, Rua "Q", no Riocentro, Barra da Tijuca/RJ.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes (Clevane Pessoa), escreve desde a infância. Nos Anos 60/70, trabalhou na Imprensa de Juiz de Fora/MG e fez divulgação cultural. Pertenceu ativamente ao Núcleo Mineiro de Escritores, onde foi empossada com a idade de 20 anos.
Nordestina radicada em Minas viajou e residiu
em várias partes do país, por isso, considera-se apenas "brasileira”. Premiada, já recebeu o grande Colar de Mérito da Câmara Municipal de Belo Horizonte, onde reside, desde 2007.
Em 2002, foi homenageada no Dia da Mulher, pela Assembléia Legislativa da capital mineira, por trabalhos sociais e carreira literária. Em 2009, recebeu o Prêmio de 2008 do Movimento Cultural aBrace, pelos trabalhos de divulgação cultural e vida literária. Premiada nacional e internacionalmente, por poemas e contos. Seu primeiro prêmio literário, foi o Troféu Contraponto, de crônica, Troféu Dormevilly
Nóbrega, antes de vinte anos de idade.
Em maio 2009, recebeu o título de Filósofa Honoris Causa, PH.I, da ALB/CONALB. Tomou posse na ALB, cadeira 11, Laís Correa de Araújo em 2008. Foi eleita para a cadeira 05, da AFEMIL - cadeira Cecília Meirelles.
Outros livros expostos:
mais - "Mulheres de sal, água e afins"; "O sono das fadas".
Mais informações pelo e-mail: oficinaeditores@oficinaeditores.com.br

Visitem e conheçam o ótimo trabalho editorial :http://www.oficinaeditores.com.br/servico_clevane_pessoa.htm

Poemas ilustrados por Iara Abreu

Am mo ser um dos peotas convidados pela poeta visual e artista plástica Iara Abreu, para ter poemas por ela ilustrados, na exposição (com várias edições), denominada  ASPECTOS URBANOS.

Visitem o site da dinâmica e dedicada artistamiga:http://iaraabreu.blogspot.com/2010_08_01_archive.html



"Geométrico poético

Criado e montado para a exposição do Centro Cultural de Venda Nova, região de Belo Horizonte, Minas Gerais, em março de 2010. E também exposto no SESC-Laces em julho de 2010. São 289 poemas de autores nacionais e estrangeiros, ilustrados, que compõem o objeto e que tem finalidade interativa com o público, que retira um ou algum poema."
 
(Redação de Iara Abreu)





"Detalhe do Objeto Geométrico."








Poetas aqui postados: Clevane Pessoa, Enrique Godoy Durán, Cristina Carone, Cláudio Bento, Ataneri, Maria Luiza Falcão, Marta Helena dos Reis e Meire Mendonça

Clevane Pessoa Lopes, escreve desde a infância, militou na imprensa mineira, em plena ditadura, divulgando arte e literatura.Psicóloga, artista plástica, conferencista e oficineira. Vários prêmios literários entre os quais primeiro lugar de conto livre, em Portugal e primeiro lugar de crônica, concurso Contraponto, Juiz de Fora, MG. Mais de 70 antologias. Editou “Sombras feitas de luz, “Ásas de Água, a “Indiazinha e o Natal”. Co-autora em “Adolescência”,“Aspectos Clínicos e Psicossocias”. Livros virtuais de poesias, memórias e ensaios. Diretora do InBrasCI /BH- MG

Índice geral da revista Guatá-Autores-Poesia

______Índice gerald e autores na pótima Revista Guatá, onde adoro estar  (visitem!) ://www.guata.com.br/poesiasempre/index.htm ____________________________

Poesia Sempre - Índice