domingo, 16 de janeiro de 2011

Interpreto por Luiz Carlos Rufo
Do eu que viaja, etéreo e sério, ou sonhante a sorrir, às vezes retorcido pelo temor de algo inexplicável, noutras, leve pluma a experenciar manjares e olores, o corpo que jaz estendido sobre cama, catre, leito de sedas e almofadas, jornal ou papelão, qualquer cousa onde se estenda para descansar, espera. Adormecido. Adormentado. Bela Adormecida a aguardar o beijo do amanhecer. Vaso vazio. Sem a alma, o corpo se perde de si, dos meandros dos gestos cotidianos, da forma de uma personalidade peculiar e única. Do quase acordar, lado a lado, o espírito encosta-se ao corpo em repouso e sobre a matéria pousa, ave ou papilonácea, leve e breve. Daqui a segundos, funde-se o espírito ao soma. Então, o ser que acorda, recorda algo que por aqui não encontra, na circunscrição de sua fatalidade humana. Mas sabe que viajou, somente não sabe para onde, nem por quem foi tocado ou seu par na dança. Isso, se chama "DESPERTAR": um novo momento para ser, após refazer-se de prana ou nas vivências de outras dimensões.

Assim, a tela do artista RUFO, que conhece o mistério das formas e das cores.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Clevane Pessoa de Araújo Lopes - Diretora Regional do InBRasCi - Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais em Belo Horizonte, MG


Por esses dias, o irmão do artista me escreve e diz que ele se foi, de Cãncer.Eu costumava fazer poemas para suas telas.estávamos escrevendo um ensaio juntos, sobre o caminhante que ele era.
Autor de um ensaio chamado "Onde e Quando", o artista paulista ,generosamente, ao saber que faríamos o paz e Poesia, mandou-nos 50 exemplares para distribuirmos no evento.Ofereceu mais para os próximos.
Quando pedi, não respondeu, mas me dissera que talvez viajasse.Agora seiu que usara um eufemismo para despedir-se.
Restam lembranças muito nutritivas para a alma:acompanhava todo o seu trabalho, sempre fotografado pela filaha Mira.Ela fazia o making off, várias vezes elogiei isso.
Agora entendo porque gostava, além do simples prazer, de registrar sua obra, seu que fazer artístivo.
Sinto falta desse irmão que nem cheguei a conhecer de perto.

Clevane Pessoa

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