Lazaro Valentim dos Reis Barreto para mim
10/10/07
"Puxa vida! Você foi ao nó da questão, fazendo da leitura uma escritura melhor do que a própria leitura: Sinto-me pequeno diante de sua estatura. Você, que fica entre nós, pequenos grãos de areia, tem que ascender ao limbo e de lá despetalar suas flores que, quem sabe, frutificarão dentro de nós.A gratidão do Lázaro."
Em 10/10/07, clevane pessoa <pessoaclevane@gmail.com> escreveu:
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POESIA DE LÁZARO BARRETO:
O SOM DE NEGROS EM CUBA
(*) - Lázaro Barreto
Quando chegar uma das luas cheias de teu olhar
ao som dos nativos de Cuba no Caribe
irei a teus lábios
escalando teu corpo de formas emboscadas.
Quando os pingos da água na folha do inhame
forem rosas de maio de doze pétalas cada
irei a teus lábios.
Irei a ateus lábios
pelos cinco caminhos da beleza de teu rosto:
os olhos, fontes de auréolas
o nariz dos merecidos beijos
os lábios que comprimem e reviram
os dentes de imprecisas romãs
a língua, pétala clitórica, fita de palavras
imprevisíveis.
Irei a teus lábios.
Sempre digo que irei a teus lábios,
ó lenitivo das horas montanhosas!
ó manacá na serra das hortênsias!
Sempre a ler a caligrafia das rugas rubras
irei a teus lábios.
A seguir as incisões da água e do vento na pedra
(esse livro de folhas coladas)
irei a teus lábios.
sempre digo que irei a teus lábios
no calor temperado de folhas verdes.
(*) – Paráfrase do poema de Federico Garcia Lorca.
imagem;garcia lorca (na foto)
Poema publicado na Coluna Cultural http://telescopio.blog.terra.com.br/
Onde um dia foi mar...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Os dedos do poeta que escreveram versos
em corpos marcados de poeira e amoras,
compensados pelo cheiro impossível dos impedimentos.
Molharam-se na maresia das praias desertas e jamais dantes
percorridas pelos os róseos pés aquecidos ao sol intenso...
Criaram ,com as suaves unhas, hieróglofos em forma de cunhas
para que quando as asas do tempo trouxessem viajantes do futuro,
e então aquele amor estranho e intenso de amantes
fornecesse matéria abstrata para o código abstrato,
os estudiosos se perguntassem se era plausível, possível,concebível,
que se amasse tanto assim, através dos dedos da alma,dos dedos das mãos
já antigas quando tudo começou e deixou signos e signais...
Mar, não existe nehum mar agora,e apenas atrevidas, erguem-se as montanhas,
as montanhas fartas ,verdes e sensuais das Minas Gerais,
que escondem nos seios e nas ancas , nos ventres misteriosos e grávidos,
tais segredos ancestrais...
E eu, que ao ler os versos do poeta, passo a língua nos lábios
e encomprido os olhos sensuais,
quero ouvir sua voz, e pensar que foram escritos para mim,
esses poemas embalsamados:
juro que têm gosto de sal e de algas, de sol e de estrelas -do -mar,
gostos de praias e peixes , os mesmos cheiros e sabores
que ,por atavismo ,teimosos,
guardam-se na concha resguardada entre minhas pernas bambas,
a aguardar, séculos após, que desenhes
novas letras e rimas no meu corpo
e que com tua língua antiga e sábia, o sal e o calor lambas,
em busca da pérola nacarada que resgatarás da leve espuma
para o prazer sutil e absoluto,para a riqueza
acumulada em tempo de espera...
Na montanha , houve mar,em priscas eras,
onde amaste outras mulheres
mas quem se guardou inteira para o equinócio da primavera
e preservou rosas esverdeadas e cheias de ondas,
salgadas e perfumadas
fui eu, para teu gozo, musa de teu sonho, de tua luxúria,
de tua im/paciência...
Por isso, leio tua Poesia magistral e catártica,
plena de códigos para mulheres de outrora
e acredito, entre ingênua e buliçosa,que escreveste ,
mesmo sem saber,
para que eu a lesse e entendesse, decodificasse
a e repondesse, um dia...
BH, 10/10/2007
Lázaro:
A clevane pessoa
11/10/07
clevane pessoa..11/10/07
clevane pessoa para Lazaro
Meu Deus:Que fortuna crítica mais rica! Saiba que eu já o vejo sempre, no Olimpo das Letras brasileiras. ..
Há pouco , lia as cartas de Alphonsus para seu filho João Guimaraens.O escritor agia e era reconhecido como tal -mesmo ele morando em Mariana.Hoje somos "também" poetas, "também escritores", com nossas outras profissões a garantir o pão.Ele era Juiz e por ter catorze filhos, precisava do dinheiro da Literatura...
Poemeto
Ouvia
de olhos fechados,
via
os traços da foto,
a boca sorridente.
Presente.
Clevane
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