domingo, 16 de janeiro de 2011

Marco Aurélio Lisboa relembra Lyuiz Lyrio

Foto:Créditod e Clevane Pessoa.Luiz Lyrio em frente a painel de Iara Abreu,na Biblioteca Infanto Juvenil-Belo Horizonte-MG-nov/2010



LUIZ LYRIO - PRIMEIRO MEMORIAL

Material enviado para Publicação por Clevane Pessoa

Foto: Luiz Lyrio, fotografado por Clevane Pessoa, na Expo de Iara Abreu, Aspectos Urbanos(Biblioteca Infanto Juvenil de Belo Horizonte), quando visitou seu poema ilustrado pela artista e poeta visual. Out/2009


O amigo Darlan Alberto Tupinambá Araújo Padilha Embaixador da Paz, nos envia a nota de falecimento do escritor e poeta, educador Luiz Lyrio, vejam abaixo, publicada por Bruno Grossi, que também o publicava na Revista Nota Independente.

Luiz Paulo Lyrio, pessoa de nossas relações afetivas e de trabalho, com quem realizei muitos projetos, Lyrio era essencialmente escritor e educador.
Escrevia praticamente todo o tempo livre.
O primeiro livro mais conhecido, foi Nos Idos de 68, onde narra, com dramaticidade, mas com o humor peculiar, sua prisão, quando ainda estudante. A primeira edição foi pela anomelivros - com prefácio de Rogério Salgado e a segunda, pela Mazza Editora, ampliada e modificada pelo autor para apropriar-se mais às escolas, pelo saudoso jornalista,e poeta Alécio Cunha.

Prefaciei e fui a revisora de “Marcas de Batom” (com capa de Allez Pessoa) e “Abdução, ambos em edição do autor, feitos pelo Geraldo na gráfica do mercado Novo-em ABDUÇÃO, deixava entrever seu profundo desgosto com os rumos tomados pelo magistério.

Ele era Professor de História na Rede Pública de Belo Horizonte(estadual e municipal).

Com ele, fiz leituras dramáticas desses três primeiros, no Restaurante Cozinha de Minas, ainda no prédio antigo, recebidos pelo Ramon, acompanhados pela interpretação e o violão do artista Rui Montese, em casa de quem ensaiávamos os textos transformados em esquetes. Gostava do convívio com jovens, tendo publicado um livro sobre grêmios estudantis, buscava fazer renascer o protagonismo e a liderança na adolescência, reeditou-o e seguiu por tempos, de sala em sala, fazendo palestras. Mas, Também palestrava para idosos.

Poeta, cronista, contista do tipo “sentinela do status quo, ultimamente andava preocupado com questões sobrenaturais, e escreveu “Entre a Vida e a Morte”.

Mesmo agora em setembro, a Editora aBrace, do Movimento Cultural aBrace, da qual era representante em Aracaju- (onde atualmente, residia com a querida irmã Maria Helena)- lançará seu mais novo rebento literário, “A Guerra do Fim do Mundo.
E eu também revisara seu “Nos Tempos do Madalena, escrito há mais tempo e cheio de humor, onde fala das esborneas estudantis- ainda inédito.

Trabalhamos juntos em Estalo, a revista dirigidoa por ele, Rogério Salgado e Cláudio Márcio Lisboa, os últimos exemplares diagramados e com capa de Marco Llobus, os iniciais, da professora Ana da Cruz (leia-se Mural dos Escritores.
Ilustrei dele: contos, poemas e também o apresentamos.

Teve dois poemas publicados e distribuídos pelo grupo de POETAS pela PAZ e pela POESIA, no evento PAZ e POESIA.

Na qualidade de poeta, está em faixa do CD OISE, declamando com veemência um libelo amoroso.

Era poeta del Mundo, CÔnsul em Belo Horioznte e depois em Aracaju/Sergipe.


Para nossa antologia do Instituto Latino Americano-IMEL-lançado nas bienais do Rio (2009) e de Belo Horizonte (2010)- chamada Nós da Poesia, escreveu um significativo texto sobre a PAZ.

Participa de várias antologias, por premiação, seletiva ou edição cooperada.

Meu mais recente livro, Erotíssima, traz palavras que escreveu quando me representou no encontro de 2009, do Movimento Cultural aBrace, quando recebeu por mim o troféu , leu minhas saudações e agradecimentos e depois veio trazer o belo troféu aqui, o que fotografamos e publicamos para enviar a Roberto Bianchi e Nina Reis, seus diretores. Em 2010, foi ao Uruguai, tendo ficado encantado com o congraçamento do aBrace- cujo lema é mesmo “Solidariedade entre criadores”, praticamente o mesmo que Luiz Lyrio tinha por pessoal. Há tantos anos- onde conheceu outros escritores latino-americanos e lançou livros.Ele também escrevia na revista internacional do abrace.

Em 2008, li que Neila Batista iria homenagear, na Câmara Municipal, os resistentes à Ditadura Militar, em especial os que fizeram parte da grande marcha contra a repressão–a foto da mesma, onde está o autor, faz a capa da edição de Nos Idos de 68, pela Editora Mazza.
Então, entrei em contato com a organizadora da homenagem e lhe pedi que incluísse três grandes poetas ainda vivos:Neuza Ladeira, Marco Aurélio Lisboa e Luiz Lyrio. Imediatamente, ela aquiesceu e ele foi um dos que receberam o troféu e a homenagem coletiva.

No ano passado, fomos a Teófilo Otoni, para a posse na qualidade de Acadêmicos da ALTO (Academia de Letras).

Ele estava cheio de planos literários que colocava sem parar, na longa viagem de ônibus. Escreveu até ao final de seus dias, pois Marco Aurélio Lisboa, seu amigo da juventude foi visitá-lo no hospital na semana passada e encontrou-o a escrever no notebook.Até comentei ,por telefone,com autores chegados, que ele melhorara , pelo visto.Também ainda antes de morrer, lançou o número seis de Estalo, o tablóide,
Em Aracaju, onde vivia ultimamente, com a irmã Maria Helena. Luiz escrevia como quem respira: continuamente.

Luiz Lyrio era ainda Embaixador da Paz, pelo Cercle de Les Ambassadeurs Univ.de La Paix, que agora perde um de seus mais entusiastas representantes. Quando indico embaixadores, busco quem “pratica o bom combate”. Ele era um deles.

O estilo de Luiz Lyrio, inconfundível, misturava ironia, humor, amor, trocadilhos, crítica social.
Continuarei aos poucos esse memorial, tantas coisas que quero escrever a seu respeito, eu que dele recebi lindos poemas líricos, que mostravam seu lado eternamente adolescente.

Os pais devem estar a recebê-lo nessa outra dimensão, a maior das incógnitas em nossas i/limitações humanas: era o caçula e Maria Helena, a querida mana mais velha, contou-me que ao morrer, a genitora lhe pediu que cuidasse por ela de seu “Ouro em Pó”-era Luiz Paulo.

O velório será no Cemitério Parque da Colina (Rua Aimorés, 2954 - Santo Agostinho) a partir das 7hs, hoje, 09/08/2010 (segunda-feira).

Lembrem-se: um autor, um poeta, um pensador não morre, não encontro seus textos forem lidos e
Ditos.

Á Luiz Lyrio, a eternidade.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes, também em nome das entidades às quais pertenço, a muitas das quais também ele também era afiliado, mídia e amigos (abaixo).

Embaixadora Universal da Paz
Diretora de Comunicação e Projetos Especiais da Universidade Planetária do Futuro,Vice Diretora do IMEL,Diretora Regional do inBrasci em Belo Horizonte, MG,Representante do Movimento Cultural aBrace,VicePresidente do IMEL;
Acadêmica da AFEMIL (Cadeira 05, Cecília Meirelles), da ALB /Mariana (Cad.11, Laís Correa de Araújo);
Patroness da AVSPE
Acadêmica Correspondente da ADL, ALI, AIL, ACL, ANELCARTES, ALTO.
Membro da APPERJ, da ONE, do virARTE, da CAPORI.
Talvez falte alguma, mas, complementarei na sequência deste MEMORIAL.


Bruno Grossi :: BEGÊ ::
Data: 09 de Agosto de 2010 10:39
Assunto: O escritor Luiz Lyrio nos deixou neste domingo à noite


O escritor Luiz Lyrio nos deixou neste domingo à noite
Nota pelos Famíliares

Prezados amigos e amigas,

O escritor Luiz Lyrio nos deixou neste domingo à noite.

Se nós, filhos, perdemos um pai, com certeza todos que o conheceram perderam um grande amigo e, o Brasil, um grande escritor.

A partir de agora o que nos conforta é perceber em suas obras a mente inquieta, contestadora e, com certeza, cheia de liberdade.

Bom, vocês que também o conheceram podem falar mais sobre ele...

Fica a sensação de reticências... Muitos caminhos foram trilhados... Mas ainda havia muito a percorrer... Ele nos deixou num grande momento de sua vida...

O velório será no Cemitério Parque da Colina (Rua Aimorés, 2954 - Sto. Agostinho) a partir das 7hs, hoje, 09/08/2010 (segunda-feira).
O enterro será às 17horas deste mesmo dia.

Todos sabem o quanto nosso pai gostava de se sentir querido.

Contamos com a presença de todos,

A família
***
É com muito pesar que recebo esta notícia.
Luiz Lyrio era um amigo "virtual" e colaborador da Nota Independente há alguns anos. Simpático, inteligente, grande escritor e pessoa.

Publico abaixo o último texto que foi nos enviado dia 07 de agosto.
Vá com Deus Luiz Lyrio.
Equipe da Revista Cultural Nota Independente

A VIDA É DURA, MAS É A VIDA...
Sabe, moça, a vida é dura mesmo. É difícil, às vezes, penosa. Principalmente para quem não nasceu em berço de ouro ou, como diz o povão, “virado pra lua”. Por isso, não ouça os vendedores de ilusões que buzinam nos seus ouvidos conselhos fantasiosos.
Sabe aqueles que vivem dizendo para você, através da grande mídia, para “correr atrás do seu sonho”, mesmo que ele seja bem maior do que a agilidade e o tamanho dos passos que suas belas pernas podem dar? Esses são uns raros felizardos que tiveram sorte, bons padrinhos e certa dose de competência e talento. São poucos entre bilhões de terráqueos. Muitas pessoas boas e talentosas, moça, morrem correndo atrás dos seus sonhos, algumas de forma trágica. Algumas até devoradas por rotweillers.
Por isso, moça, sonhe sonhos possíveis. De preferência, sonhe junto com outras pessoas sonhos que vão trazer uma vida melhor para muitos. Que tal um mundo mais justo, onde as pessoas vivam com mais dignidade? Riqueza, fama e poder, moça, são coisas boas sim. Só que a competição desenfreada e o vale-tudo instituído na sociedade par se “chegar lá”, muitas vezes, não compensa o sacrifício. E, principalmente, não compensa os riscos. A chegada ao topo, às vezes, pede um preço que não vale a pena pagar. Quanta gente infeliz no mundo cheia de dinheiro, bens, depressão e drogas!
Sei que é duro, moça, chegar ao fim do mês e fazer e refazer as contas, cortar gastos, economizar nas coisas básicas para continuar a sobreviver. Sei que é duro morar num barraco caindo aos pedaços ou trabalhar para pagar o aluguel e não sobrar dinheiro para a gente se alimentar direito. Sei que a tentação é grande. E, quando o rico e famoso lhe bota seus olhos desejosos e lhe enche de presentes, você se ilude e acha que, um dia, ele vai lhe ajudar a “sair do buraco”.
Mas não é bem assim que as coisas acontecem, na maioria das vezes, moça. Desde tempos imemoriais, o homem usa seu prestigio, riqueza e poder para seduzir, usar e depois descartar as mulheres. Quanto mais bem sucedido o sujeito, mais canalha ele costuma ser. Essa é a lei da vida. Desde tempos imemoriais, prevaleceram os sistemas econômicos e políticos que privilegiaram o egoísmo e a busca do prazer individual a todo custo. Hoje, vivemos num mundo que incentiva o consumismo e a busca frenética do dinheiro. O “vencedor” é aquele que atropela seus concorrentes, acumula mais riquezas e defende seu patrimônio com unhas e dentes. E a mulher que tenta encurtar o caminho para uma vida farta, buscando, de alguma forma, colocar-se sob as asas de um rico e famoso, muitas vezes, corre um grande perigo.
Ah, mas eu sei me cuidar! Comigo essas coisas não acontecem, você diz. Não, moça, todo muito sabe se cuidar, mas contra bandido violento e psicopata endinheirado não existem formas de se precaver. E eles existem aos montes vivendo entre nós. São os “vencedores”, que impressionam as mulheres porque são capazes de tomar decisões rápidas e remover os obstáculos que os separam de suas metas. Não têm medo de nada. Nem de matar quem se colocar no seu caminho e ameaçar seu patrimônio. Eles se acham acima da lei. Aliás, eles se acham acima de tudo e de todos. Sempre acreditam na impunidade, no poder do prestígio e do dinheiro, e na competência de seus advogados também “vencedores” para cometer seus crimes sem prestar contas à justiça. Ah, moca, é muito triste dizer isso, mas dinheiro e bens, nas mãos de certos homens, só servem para facilitar a prática do mal.
Vai, moça, trabalha, estuda rala pra valer. O mundo está mudando e as mulheres, a cada dia que passa, têm mais chances para conquistar um bom emprego e viver uma vida digna. Talvez essa vida não seja tão farta como a daquelas mulheres que vivem sob a proteção (e o jugo) de um sujeito rico e famoso, mas é uma vida digna. Vai à luta, moça! Não em busca de um sonho de princesa, mas em busca do sonho de se tornar uma pessoa digna. Procure sim, seu príncipe encantado. Muitos deles andam por aí, disfarçados de plebeus. São rapazes cheios de dignidade e amor pra dar. Não têm dinheiro, nem são famosos. Mas têm disposição para lutar por uma sobrevivência digna. Talvez sua história com um deles não dure, Mas a vida é assim mesmo. Se você souber escolher seu parceiro e fugir daqueles que passeiam entre as colunas sociais, os cadernos de esportes e as páginas policiais dos jornais, e se evitar, principalmente, qualquer homem que tenha o péssimo hábito de erguer a mão para agredir uma mulher, o máximo que você vai conseguir, após uma separação, será um divórcio. E aí, você recomeçará sua vida. Ao contrário de muitas outras que, desossadas e concretadas, não terão nova chance e nem o direito a um enterro digno.

Luiz Lyrio – Professor – Aracaju-SE - www.luizlyr.blogspot.com

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