O Poeta Sobrevive do Frescor das Manhãs- Antonio Dayrell expõe poemas na rodoviária de Belo Horizonte.

                                                         Por Clevane Pessoa

                                                                        Belo Horizonte-MG-Brasil

Antonio Carlos Dayrell Gontijo  "sobrevive do frescor das manhãs" (*), quais algumas pessoas santificadas sobrevivem de prana, na Índia.

No momento, expõe seus poemas, alguns objetos (poesia visual)  na preciosa parceria com a artista Iara Abreu, que  ilustra  seus versos , na Rodoviária de Belo Horioznte, onde há, através da  Secretaria Regional Centro-Sul da capital mineira,um espaço ótimo para que expositores possam ser vistos por todas as classes sociais  que por ali passam, esperam seus ônibus e que  poderão viajar embalados pela visão da Arte e da Poesia vista.

Desde que lançou seu livro POESIA PARA PARAR O TEMPO, o tempo para ele, não pára.Organiza exposições  de seus poemas, ilustrados pela artista Iara Abreu, sua amiga e com que ele, participou ativamente do livro, que tem a característica de ser artesanal  : o autor o inventou, qual o inventor que cria um brinquedo inusitado. No primeiro aniversário de seu exitoso  lançamento, ofereceu a amigos e leitores usuais ou prováveis, um excerto com uma dúzia de poemas , um presente bom de reproduzir e que ele também doou aos alunos do Colégio Bernoulli, recentemente, na V Semana do Livro e da leitura, da qual já falamos neste blog. Não há data , mas se contarmos antes da primeira noite de autógrafos- uma delivrance inesquecível- desde a sua concepção, passou-se um tempo de gestar cronometrado por anjos .

Gosto da Poesia  de Dayrell  - um de seus sobrenomes que tornou-se o predileto entre seus amigos e leitores - e tanto na qualidade de poeta quanto de prosador, há pitadas de filosofia e de humor, esse às vezes camuflado, qual o de quem ri atrás de um espelho duplo sem que se perceba. para ele,a atividade lúdica da profissão de poeta está no outro prato da balança, além do prato da amargura ou da tristeza , do desdém ou da ironia. Nesse entrelace, sua prosa é poética , mas sua poesia pode ser em prosa.

Desejamos sucesso ao prestativo amigo.Através de Iara Abreu, fui convidada para um encontro amanhã, com os amigos de ambos.
Infelizmente, estou em repouso, convalescento de uma forte gripe.mas tão logo melhore, irei ver essa mostra, que estará na rodoviária até ao dia 05 de junho próximo.

Apareçam , para conhecer o autor, seus poemas e os trabalhos de Iara.Entrada franca.

poesiaparaotempo.blogspot.com/2011/05/exposicao-de-poemas-atrai-publico.html


http://poesiadelivery.blogspot.com/

(*) Verso de "Equilíbrio Ecológico", de Antonio Carlos Dayrell Gontijo :

                          Como o gado
                     se alimenta do pasto


                       e as aves silvestres
               se alimentam , no lombo ds reses,
                   de carrapatos e parasitas outros,


           o poeta sobrevive do frescor das manhãs.

                                              (...)" o poeta sobrevive do frescor das manhãs"

   Acima, o poeta.Ainda não tenho imagens da mostra , mas tão logo as tiver, postarei.

                                                      Clevane Pessoa


                               "DO FRESCOR DAS MANHÃS"


                                 Ao Poeta Antonio Dayrell


                           Clevane Pessoa de Araújo Lopes




Sobrevives
porque sobrevoas
o Planeta desde que acordas.
Embebes o algodão de tua alma
"no frescor das manhãs"
e o  inspiras profundamente .
Assim , sabes que corre em tuas veias
teu verde sangue, o aroma das margaridas do campo,
de camomilas
o amarelo dos trigais e do milho
e te enches douro , orgulho puro de pertencer à Terra...
a terra de siena da terra
e sabes quando há queimadas, e lamentas.
Sentes o cheiro inimitável das nuvens e pensas na indispensável paz.
Correm pelos rios vermelhos de tuas artérias e arteríolas,
mil peixes de poemas , mil feixes de flores,
ameixas e maçãs,
antes de serem acondicionadas                                                        em caixas
antes de se tornarem apenas um produto.
Tu escutas seus lamentos e mesmo sabendo
serem mensagens do que fenecerá inexoravelmente,
as cantas e cantarás , porque é a beleza perene
de cada manhã diferente das demais,
que te dá a pujança e a delicazesa  necessária
para escrever teus poemas...