Ao "Poverello" Amado
(Imagem - de São Francisco da artista plástica Rose Antonelli)
Poema para São Francisco de Assis
***
Em anuência à simplicidade,
Francesco despe as vestes do poder,
as personas da nobreza,
troca o relativo pelo absoluto
e sai
pelo mundo a colecionar belezas:
as águas que lhe mitigam a sede,
o sol
que a pele lhe aquece,
a lua
que o veste de luz
as aves
cuja siringe o encanta
as árvores
em cuja sombra
descansa
qual cordeiro do Senhor...
Francesco enlouquece
de Amor !
Fala com as criaturas
chamadas irracionais,
não se abriga aos temporais,
divide todo alimento...
Prefere
ser ferido a ferir,
nem com a palavra mais leve,
ele fere
a doçura é o seu agir...
Não se toca
se não é compreendido:
o que importa é compreender...
Francisco, para quem a porta
de sua casa se fechou,
envergonhou a família
ao se apaixonar pela singeleza,
tão pouquinho sendo manto,
a mera manhã tendo tanto
brilho em seu canto
quando canta o amigo sol,
da irmã lua, o encanto...
Desamado,
não se põe envergonhado
perante o Absoluto,
que o enriquece de Graça...
O importante é amar...
E ama, apaixonado
pelo vôo da borboleta,
pelo teatro das nuvens,
pelas cores das folhas,
das flores...
Ama e ora, sem necessidade de Missa,
sem nenhum rito da Igreja...
E Francisco ama Clarissa
sem desejo carnal...
Ela
o segue no ideal,
de servir,
antes de servidos serem...
Ela o compreende, isso é tudo...
"Oh Pai, reza ele,
fazei que eu possa mais
compreender que ser compreendido"...
Ele se dá, na gloriosa alegria
da loucura santa...
"É doando que se recebe"...
E aos olhos do povo, em louco se faz,
de si mesmo, se refaz:
"Senhor, fazei de mim
um instrumento de Tua Paz"...
"Onde ódio houver,
que o amor eu leve",
leve folha a voar pelas estradas,
poentas e solitárias,
a falar de amorosidade,
em cada cidade,
a cada pessoa
ensina, determina,
que é preciso ser sempre boa,
a cada instante, de fato...
Em havendo dúvidas,
pedia o louquinho de Deus,
que eu leve aos filhos teus,
a fé...
Se as pessoas se ofendem,
mostrar-lhes-ei as batidas do próprio coração,
para que escutem a voz do perdão...
Se estiverem desunidos,
e a discórdia ocorrer em aluvião
que eu saiba como "levar a união"...
Aos que choram, sofrem
e estão desconsolados,
que eu saiba as palavras exatas,
pois quero "mais
consolar que ser consolado"...
E assim Francisco se ofereceu
sendo até hoje lembrado...
Muito amou,
mas até hoje, também
é um santo amado, venerado
em imagens de barro,
do barro que ele pisava,
descalço em seus caminhares...
***
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Fonte:fratellosolesorellaluna(blogspot.com/2008_10_01)
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"8º Século da Missão de São Francisco
Em 1208 São Francisco trabalha na reparação de São Damião, São Pedro e Santa Maria dos Anjos ou Porciúncula, ouve o evangelho da missa de São Matias (na Porciúncula) sobre a missão apostólica, muda as vestes de eremita e passa a usar as de pregador ambulante, descalço e inicia a pregação apostólica. Aqui propriamente começa o estilo de vida franciscana, apostólica. Ainda neste ano recebe em sua companhia os irmãos Bernardo de Quintavalle, Pedro Cattani e Egídio na Porciúncula".
Postado por Irmão Sol, Irmã Lua às 04:24
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