domingo, 20 de março de 2011

Monteiro Viana-Juiz de Fora-memorial

terça-feira, 31 de agosto de 2010

MONTEIRO VIANA: O ROMÂNTICO MODERNO-CES-por Paula Cavalcanti Carneiro da Silva

Acima, em foto dos Anos 60, na redação da Gazeta Comercial, em Juiz de Fora, MG

Amigos, gostaria que lessem...

"MONTEIRO VIANA-O ROMÂNTICO MODERNO"

José Monteiro de Magalhães Viana-MONTEIRO VIANA-

Encontrei , em PDF, pelo Google, uma dissertação de Mestrado em Letras , escrita por Paula Cavalcanti Carneiro da Silva, pelo CES de Juiz de Fora(Centro de Ensino Superior, onde eu própria cursei Psicologia até ao oitavo período-tendo concluído o curso em Belo Horizonte,pela FUMEC) .
Eu ainda tinha aposto ao meu nome, o sobrenome Rocha, de meu primeiro casamento , com o jornalista e poeta Messias da Rocha,pai de meu primeiro filho.

Ela cita um trecho de crônica ou artigo que escrevi sobre meu querido amigo José Monteiro de Magalhães Viana, português radicado em Juiz de Fora-e que antes de falecer, levara à minha casa,os papéis de proposta ao Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora, ao qual ele pertencia.Ele era poeta e artista plástico . Ao visitar meu primogênito, eu ainda de resguardo,e encantou-se com as telas de minha mana Cleone, que catalogou como "naif".levou-me muitos livros, era uma pessoa encantadora, com quem eu conversava horas e para ele fiz um poema, inde dizia "na brancabeleira de nevespuma/vejo os anos de viver/do Monteiro Viana"(...)
Quando o visitei do Instituto Oncológico, chocada porque ele levava uma vida saudáve,de vegetariano e onde ele me doou um quadro do qual eu gostava muito,de sua spérie lUar, que jamais fui buscar em sua casa, embora, por telefone, a filha confirmasse que ele,no leito,pedira que o dessem a mim.Eu era muito tímida.
Isso tudo aconteceu dos anos 60 aos 70, quando eu trabalhava na Gazeta Comercial.Ele faleceu em 1972, ano de nascimnto do meu primeiro filho.
Era comum à época,que pensassem ser "Clevane", um nome masculino -pelo que papai muito protestava, alegando que terminava em "Ane", muito feminino,mas talvez se pensasse em Giovane, por exemplo- na Itália, é comum prenomes masculinos com tal final.A autora da dissertação, Paula, diz textualmente: "Clevane Pessoa de Araújo Rocha, amigo de Monteiro Viana, publicou em 1968,na Gazeta Comercial , as seguintes palavras:

"Diariamente ele vai à sede do NUME onde é acatado carinhosamente.As rugas do rosto e a farta cabeleira branca atestam uma vivência intensiva, rela, autêntica.José monteiro de Magalhães Viana nascei em Vila Meã, em Portugal, a 9 de março de 1896, filhode Alfredo da Silva Vianna e AgostinhaQueiroz Viana, com apenas dezesseis anos, veio para o Brasil .Aposentado pelo INPS, é pintor, prosador, poeta, trovador e historiador.Tudo isso com encantadora simplicidade e uma vívida simpatia. Não tem livros publicados, mas seus inúmeros trabalhos, especialmente em Juiz de Fora, têm sido publicados esparsamente.Em Belas Artes, já obteve Menção Honrosa e Medalhas de Bronze.Seis quadros, excelentes, são poemas em tintas.Pertence, além do NUME, ao Instituto Histórico e geográfico de Juiz de Fora, e à Sociedade de Belas Artes Antonio Parreiras.De Monteiro Viana, esses magníficos conceitos:”A arte é a beleza da Vida” e “Ser poeta é sintetizar a vida pelo que ela tem de melhor”.Nota-se o otimismo desse jovem de setenta e dois anos.A beleza o chama e ele sabe interpretá-la.É um potencial de coisas belas...Perguntei-lhe o que era a vida.Com um sorriso, ele ponderou:”Para entender a vida, devemos primeiramente, transcender”.
A vida é seu tema eterno.Há vida em seus olhos,nas mãos que pintam e que escrevem,
Suas palavras todas.Assim é Monteiro Viana, de quem beijamos, comovidos, as mãos.(Rocha, 1968b, sem paginação)"

O trabalho de Paula teve como princípio analisar o autor português quando ele morou em Juiz de Fora, além de analisar as traduções que ele fez de românticos ingleses do Século XIX, Percy Bysshe Shelley e john Keats. Eu possuía essas traduções,na letra dele, em letra de forma, a caneta.Numa enchente na Ilha de S.Luiz, capital do Maranhão, perdi-as exceto uma de Shelley e um poema dele próprio, comparando o Universo a um trem que Deus põe nos trilhos,mas que sempre descarrilha para o outro lado.

Com ele, fiz parte de um concurso de trovas, da UBT, que eu presidia, o Concurso de trovas Ludgero Nogueira, internacional.Em nenhum momento,aquele sábio e experiente trovador esnobou a jovem que eu era, pelo contrário, trocava opiniões comigo, respeitosamente...

A dissertadora cita ainda minhas palavras,quando anunciei no jornal,que ele , no festival de Poesia de Pirapora, tivera poema classificado.Sobre esse concorrido festival, à época, fiz um poema concreto, chamado “Enchente de Gente”

Tenho ainda duas fotos dele, uma numa abertura de salão da SBAAP(Sociedade de Belas Artes Antonio Parreiras –onde ele tmbém fez parte, na Diretoria e eu estudei com Clério de Souza, o Presidente, que assinava as telas como Pimpinela e me ensinou a amar a sombra e a luz) e outra em minha posse no Núcleo Mineiro de Escritores,NUME.Vou escaneá-las para postar e assim manter viva sua memória.

Em meu e-book,"Nas velas do tempo(*)-Memórias de Uma repórter na Ditadura" comento o quanto o amávamos, um Mestre.Apresentou-me aos livros de Khrisnamurti, lia-me seus versos, mostrava-me seus poemas e traduções.A esposa, pequena e linda como ele, nos recebia sorridente e nos oferecia um rico café, em sua casa cheia de arte e belezuras:os cabelos grisalhos bem penteados, toda arrumadinha, esperava o marido poeta e seus amigos jovens.

Ler a dissertação de Paula Cavalcanti Monteiro da Silva, fez-me recordar que ela se chamava D.Magdalena e me perguntao se a dissertanda, pelo segundo sobrenome,não seria parente do artista e poeta.Logo, leio mais e vejo que era seu bisavô.Ele haveria de curtir muito o convívio com os netos,pois amava a juventude,Eu, sempre me senti um pouco sua pupila.Embora a tela que me doou em seu leito de morte não tenha chegado a mim , ainda a vejo,uma lua enorme-e ele sabedor de meu signo luar, a ofereceu, sempre generoso, já nos últimos dias de vida.Fazia parte de uma série.E assim como não mais tenho meu idoso/jovem amigo,mas basta-me fechar os olhos para vê-lo na a memória, também possuo esse quadro na alma e o relembro.Um presente simbólico e eternal.

Quando fui homenageá-lo , após sua morte,no Instituto Histórico e Geográfico, aconteceu algo especialíssimo: eu o vi, ali presente, em suas calças de veludo cotelê e ao pronunciar os versos de suas trovas, minha voz saiu com sotaque português.Minha amiga e dele, Vilcar (a pintora Elzira Vilela Carneiro), cumprimentou-me depois pela “imitação” que eu fizera de seu sotaque luso.Mas, conscientemente, não foi o que aconteceu.Tive a impressão de que ele falava através de minha voz!

Uma de suas trovas, repetida muitas vezes, por José Carlos de Lery Guimarães, na Rádio Industrial de Juiz de Fora, em seu programa Contraponto-num concurso de ilustração, cem trova de autores da cidade- coletânea que não chegou a ser publicada,mas que ilustrei, uma a uma, a bico de pensa, mandando meu mano Luiz Máximo ir receber por mim, o prêmio em livros,no Vice Consulado de Portugal, porque eu era muito tímida:

Mas com que graça esta Graça
Requebrando , pisa o chão
-sem saber que quando passa
Pisoteia-me o coração...

Postumamente, teve rua com seu nome, recebeu a Medalha Camões, concedida pelo Vice Consulado de Portugal , onde estudei Literatura Portuguesa com Cleonice Rainho , li tantos livros de autores lusos enviados pela Fundação Calouste Goubenkian-e cujo Vice Cônsul-o saudoso Manoel Martins de Oliveira Costa, era também poeta-trovador.

Bem , a Internet traz dessas agradáveis surpresas.Hoje,passei a tarde lendo o trabalho,que tantas memórias de minha juventude em Juiz de Fora , trouxe-me.Cumprimento se agradecimentos à autora e que no seu sangue,a POIESIS de seu bisavô sempre possa nadar , em forma de peixes mágicos ,ao luar de sua genética.Benditos os descendentes que não ignoram e rememorizam seus ancestrais!


Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Acadêmica da AFEMIL(Cadeira 05-Cecília Meireles) e da ALB(Cadeira 11-Laís Corrêa de Araújo)
Diretora Regional do InBrasCi (Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais ) em Belo Horizonte
Vice Presidente do IMEL (Instituto Imersão Latina)

Em 207 de abril de 2010

Leiam a dissertação completa em

MONTEIRO VIANA: O ROMÂNTICO MODERNO | Centro de Ensino Superior de ...
Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora Sociedade de Belas Artes Antonio Parreiras ..... Clevane Pessoa de Araújo Rocha, amigo de Monteiro Viana, ...
web2.cesjf.br/node/4031

(Pesquisa Google)

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Clevane Pessoa

O impossível é imprevisível
só até acontecer...
(fragmento de poema de minha autoria)
Postado por Clevane Pessoa e Outras pessoas às 11:05
Marcadores: MONTEIRO VIANA: O ROMÂNTICO MODERNO-CES- Paula Cavalcanti Carneiro da Silva
1 comentários:

PaulaCavalcanti disse...

CLEVANE,

NAO ACREDITO QUE TE ENCONTREI! SOU PAULA CAVALCANTI CARNEIRO DA SILVA BISNETA DE MONTEIRO VIANNA. TENHO VONTADE DE CONHECER A SENHORA...COMO POSSO ENCONTRAR VOCE?
UM GRANDE BEIJO PAULA
me mande um email para: paulaccavalcanti@hotmail.com

><**>< Memorial para qye não seja esquecido, dados biográficos domeu caro amigo, ainda tão vivo na memória: "JOSE MONTEIRO DE MAGALHAES VIANA Nasceu no dia 9 de março de 1896 em Vila Meã, Amarante. Filho de Alfredo da Silva Viana e Agostinha de Magalhães Queiroz Viana. Só teve um irmão: Luiz Monteiro de Magalhães Viana. Veio para o Brasil em 1912, recomendado a um primo de sua mãe, Albano Ferreira Viana, para trabalhar em sua firma, "Cigarros Penafiel", no Rio de Janeiro. Segundo sua filha Vera, José Monteiro de Magalhães Viana foi autodidata, pintor, poeta, filósofo, místico e historiador. De 1912 a 1937, esteve no Rio de Janeiro - Cigarros Penafiel e Calçados Bordalo; em 1932 e 1933 residiu em Lambari (MG); de 1937 a 1962 morou em Juiz de Fora: proprietário da firma "Casa da América Ferragens e Louças S.A." - Campos Bastos & Cia, localizada na rua Halfeld. Desde 1930 começa a escrever cartas em trovas para seus parentes e amigos. Fez parte do Núcleo Mineiro de Escritores (NUME) de Juiz de Fora. Figura no livro "Trovadores do Brasil", página 289 com sua biografia e 10 trovas. Coletânea organizada por Aparício Fernandes em 1966. Idem, em "Poesias de Juiz de Fora", publicado pela FUNALFA. Idem, no livro "Rei dos Reis". Fez parte do júri do 1.0 Concurso de Trovas Ludgero Nogueira, promovido pela Associação dos Cegos e Lions Clube, 1969. Participou do V Salão Campista de Trovas em julho de 1967 e do 11.0 Encontro de Trovadores de Petrópolis em julho de 1972. Premiado entre os 50 melhores trabalhos (poemas) em Pirapora, Concurso de Poesia em 1968 com o poema "Canção do amanhã". Participou do VII Jogos Florais de Nova Friburgo. Em 4 de março de 1969 recebeu o agradecimento do então Prefeito de Juiz de Fora, Itamar C. Franco, o envio da quadra que preparou para saudar o novo brasão e a nova bandeira do Município o que foi enviada ao Museu Mariano Procópio, juntamente com aqueles símbolos: "Com o seu brasão e bandeira! Juiz de Fora a bem amada! Culta, Audaz, Altaneira! De todos a namorada. Tem trovas publicadas nos jornais de JF no período de 1956 a 1971. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora, onde apresentou vários trabalhos, entre eles: "A vida e a obra de Camilo Castelo Branco", "A vida e a obra de Euclydes da Cunha", "Trabalho sobre a cidade de lacanga." Fez um trabalho em Comemoração à Semana da Asa, no município de Santos Dumont (MG), em 23 de outubro de 1969. Participou do 11.0 Encontro Brasileiro sobre Introdução aos Estudos Históricos, realizado em 12 de outubro de 1970, promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico de JF e Prefeitura Municipal. Como pintor fez parte da diretoria da Sociedade de Belas-Artes "Antônio Parreiras" doando à mesma vários volumes de sua biblioteca. Participou, desde o 1.0 Salão Municipal de Juiz de Fora, promovidos na data de aniversário da cidade pela Sociedade de Belas-Artes "Antônio Parreira" até sua morte. 1.0 Prêmio de Arte Moderna - Medalha de Ouro na l.a exposição do Circulo Militar de Juiz de Fora. 1.0 Prêmio do Salão Oficial Municipal - Sesquicentenário da Independência - quadro laureado encaminhado ao Museu Mariano Procópio. Menção Honrosa e Medalha de Bronze - Salão Municipal de Juiz de Fora. Levou o nome da cidade a várias exposições em outros Estados, tendo a destacar: No Rio de Janeiro: Reunião de artistas plásticos a convite da UNESCO Mostra de Artes dos Artistas Mineiros, realizada no Teatro Municipal. Em Brasília: Exposição individual em outubro de 1962, promovida pela Fundação Cultural do Distrito Federal, realizada no Hotel Nacional. DIPLOMAS: - 2.° Encontro Brasileiro sobre Introdução aos Estudos Históricos realizado de 7 a 12 de dezembro de 1970, promoção do Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora. 1.0 Prêmio Municipal, 1972, - Sociedade de BelasArtes Antônio Parreiras. Diploma de Sócio Benemérito, conferido pela mesma Sociedade. Presidente da Sociedade Auxiliadora Portuguesa de Juiz de Fora, onde teve oportunidade de apresentar vários trabalhos literários, dentre eles: O Histórico desta Sociedade. Desta recebeu carinhosa homenagem em 1972, pouco antes do seu falecimento, onde foi contada sua vida e apresentada suas trovas pela poetisa e escritora Cleonice Rainho. Teve participação ativa na sociedade, foi o idealizador e fundador do Clube Bom Pastor em 1953, feita a primeira ata do clube em sua residência e até funcionamento do clube em 1956 quando foi inaugurada sua sede social; desde a fundação até sua morte foi presidente do Conselho do Clube. Apaixonado pelo assunto Discos Voadores, fez parte da Sociedade de Estudos sobre os mesmos, com sede no Rio de Janeiro, mantendo com ela vasta correspondência; fez várias palestras sobre o assunto, entre outras, no Rotary Clube de Juiz de Fora, com o título: "Mas voltemos aos Discos Voadores" e no Colégio São José, em 1960, para a turma de formandos do Curso Científico noturno. Manteve contatos pessoais com o General Uchoa (Brasília), grande autoridade do assunto Discos Voadores no Brasil. Místico, foi adepto de KRISHNAMURTI, grande estudioso de sua filosofia. Em 26 de fevereiro de 1977, o então Prefeito de Juiz de Fora, Francisco Antônio de Mello Reis, sancionou e aprovou a lei 5.200, de 15 de fevereiro de 1977, dispondo como denominação de logradouro público, a rua A do Jardim Europa, no bairro Bom Pastor, passando a denominar-se "JOSé MONTEIRO VIANA". Casou-se em 1912 com a filha mais velha de Albano Ferreira Viana, conhecido também como Barão de Cotia, Maria Magdalena Monteiro Viana, falecida em 1971. Faleceu em 1972. " FONTE:multiply.com/mu/monteiroviana/logo/1

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